Diversidade vegetal em ambientes de lixões desativados em municípios situados no bioma caatinga

2020 
A recuperacao de areas de lixoes desativados e essencial para minimizar e/ou evitar os  efeitos adversos comuns a estas areas, requer, todavia, o conhecimento da sucessao ecologica para atingir os  propositos da recuperacao ambiental. A identificacao das especies  vegetais e um passo primordial e  proficuo. Neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a diversidade vegetal e os respectivos impactos positivos relacionados a recuperacao natural de ambientes de lixoes desativados em municipios situados no bioma Caatinga da Paraiba, Brasil. A pesquisa foi realizada de janeiro a maio de 2017 em dois municipios do semiarido paraibano: Gurjao (L1) e Boa Vista (L2). Para efetivacao do presente trabalho, inicialmente foi efetivado o levantamento bibliografico, a fim de obter informacoes sobre processos de desativacao de lixoes, bem como, a recuperacao destes ambientes e suas consequencias. Posteriormente, seguiram-se os principios da pesquisa qualitativa, de carater exploratorio, por meio de  visita in loco, observacao direta, checklist, matriz e ficha de identificacao da diversidade vegetal. O procedimento metodologico realizado em L1 foi de amostragem por parcela normal. Foram demarcadas tres parcelas de 10 x 10 m. Para L2 o procedimento foi adaptado, em virtude da distribuicao aleatoria da diversidade vegetal daquela area e ao pequeno numero de individuos. De acordo com os dados coletados, as areas onde estavam instalados L1 e L2 foram abandonadas e naturalmente, as especies vegetais as colonizaram, modificando-as; expressando as caracteristicas de uma sucessao secundaria autogenica. A area com tempo de desativacao de dez anos, L1, apresentou maior diversidade vegetal (13 especies), comparando-se aquela, cujo lixao, L2, foi desativado ha quatro anos (sete especies). Constatou-se que nove especies foram encontradas exclusivamente em L1: Pilosocereus pachycladus (Facheiro), Mimosa hostilis (Jurema),  Bromelia laciniosa (Macambira), Malva sylvestris (Malva), Croton sonderianus (Marmeleiro), Cleome hassleriana (Mussambe),  Opuntia palmadora (Palmatoria), Aspidosperma pyrifolium (Pereiro), Jotropha molissima (Pinhao bravo); tres especies foram identificadas unicamente em L2: Ricinus communis (Carrapateira ou mamona), Nicotiana glauca (Charuteira) e Jatropha gossypiifolia (Pinhao roxo) e que as demais especies foram comuns aos dois ambientes: Prosopis juliflora (Algaroba), Calotropis procera (Algodao de seda) ,  Jatropha urens (Urtiga), Pilosocereus gounelle (Xique-xique).   O conhecimento das especies vegetais que se instalam e possibilitam a recuperacao de ambientes de lixoes compreende um passo importante na gestao ambiental, sobretudo, na area do bioma Caatinga, uma vez que a presenca de organismos autotroficos acende a esperanca de renovacao destes tipos de ambientes antropizados.
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