Avaliação antropométrica e a concentração plasmática de dapsona em pacientes com hanseníase na cidade de Belém-Pará

2011 
A hanseniase e um grave problema de saude publica no Estado do Para, com altas taxas de incidencia e prevalencia. O presente estudo objetivou avaliar o estado nutricional de pacientes portadores de hanseniase multibacilar relacionando-os as concentracoes plasmaticas de dapsona. Trata-se de um estudo epidemiologico transversal realizado com 29 individuos de ambos os sexos com hanseniase do tipo multibacilar atendidos no Ambulatorio do Nucleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Para. Foram avaliados indicadores sociodemograficos, antropometricos, concentracao plasmatica da dapsona e uso de prednisona. Avaliou-se o estado nutricional pelo indice de massa corporal e percentual de gordura corporea. A determinacao plasmatica da dapsona foi realizada atraves da cromatografia liquida de alta eficiencia. Os demais dados foram obtidos por meio de um formulario de entrevista, semi-estruturado respondidos pelos pacientes. Os resultados apontaram que a maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade media de 41,73 (±13,14) anos e residencia no municipio de Belem (58,6%). Viviam em situacao social desfavoravel, com renda familiar de ate um salario minimo (65,6%) e baixa escolaridade, ate o ensino fundamental (51,7%). O estado nutricional, segundo o indice de massa corporal, indicou que 48,3% dos pacientes eram eutroficos, entretanto 51,6% apresentavam excesso de peso, destes 13,8% eram obesos. Em relacao ao percentual de gordura corporal, 48,3% eram obesos. Observou-se que 37,9% dos pacientes ja apresentaram reacao hansenica, com predominância da reacao tipo 1 (RR) e 34,5% utilizavam prednisona. Dos pacientes em uso de prednisona, 60,0% estavam com excesso de peso e 50,0% com obesidade, segundo o indice de massa corporal e percentual de gordura corporal, respectivamente, entretanto sem significância estatistica (p>0,05), quando comparado com os que nao usavam. A concentracao plasmatica media de dapsona nos pacientes foi de 0,56 μg/mL. Em relacao ao indice de massa corporal, verificou-se que a medida que aumentava o peso do paciente reduzia a concentracao plasmatica de dapsona, pacientes eutroficos, pre-obesos e obesos apresentaram concentracoes plasmaticas de 0,56 μg/mL, 0,54 μg/mL e 0,44 μg/mL, respectivamente. Considerado o percentual de gordura corporal, observou-se que a concentracao plasmatica media de dapsona foi de 0,54 μg/mL em eutroficos e obesos. Nao foi observada diferenca estatistica significativa entre concentracao plasmatica de dapsona e estado nutricional (p>0,05). Conclusao: O estado nutricional nao interferiu na concentracao plasmatica da dapsona, independente do parâmetro nutricional utilizado, indice de massa corporal ou percentual de gordura corporea. Assim como o uso de prednisona nao foi relacionado ao ganho de peso.
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