Embolização percutânea de fístulas coronárias – Experiência de um centro

2011 
Resumo Introducao Uma fistula coronaria e uma conexao entre uma arteria coronaria e uma cavidade cardiaca ou grande vaso. E um defeito raro e que geralmente ocorre de forma isolada. Apesar de a ecocardiografia bidimensional ter um papel importante no diagnostico, a angiotomografia computorizada ou a angiografia coronaria sao importantes para a delineacao da anatomia. A cirurgia e o tratamento tradicional, mas o encerramento percutâneo e actualmente o metodo recomendado, com excelentes resultados e baixa morbilidade em grupos com experiencia em embolizacao terapeutica. Populacao e metodos Descrevemos a experiencia do nosso centro no tratamento percutâneo de 15 fistulas coronarias em 12 doentes entre 1996 e 2011. Oito (67%) eram do sexo masculino. A idade mediana foi de 25 anos. Os motivos de referencia mais frequentes foram sopro e/ou cansaco. Todas as fistulas eram de origem congenita. Cinco doentes (42%) tinham patologia cardiaca concomitante: atresia da pulmonar com septo interventricular intacto (1), canal arterial persistente (1), comunicacao interauricular ostium secundum (1), estenose aortica em valvula aortica biscuspide (1), estenose pulmonar critica operada no periodo neonatal (1). Tres doentes tinham duas fistulas coronarias e nos restantes a lesao era unica. As fistulas eram hemodinamicamente significativas, com origem no territorio da coronaria direita (n = 10), da coronaria esquerda (n = 3) e da circunflexa (n = 2) e drenavam para o ventriculo direito (n = 5), arteria pulmonar (n = 6), auricula direita (n = 2), seio coronario (n = 1) e ventriculo esquerdo (n = 1). O material de embolizacao incluiu coils standard, coils de libertacao controlada, microcoils (simples, GDC ou IDC) e um dispositivo Amplatzer ® Duct Occluder. Resultados A embolizacao da fistula foi obtida em todos os doentes. Nao houve mortalidade. Ocorreu enfarte do ventriculo direito num doente com fistula de grandes dimensoes e coronaria direita de diâmetro muito reduzido distalmente a emergencia da fistula. Em tres casos ocorreram complicacoes minor : embolizacao inadvertida de coil , recuperado no mesmo procedimento (1), arritmia transitoria (1) e pseudo-aneurisma femoral (1). Num seguimento medio de 4,9 anos (um mes a 14 anos) nao se registaram intercorrencias relacionadas com o procedimento. O controlo por ecocardiograma e/ou angiografia coronaria mostrou que em dez doentes ocorreu oclusao eficaz e permanente das fistulas, enquanto que dois doentes mantiveram fluxo residual minimo, por pequenos vasos acessorios, sem repercussao hemodinâmica. Conclusao As embolizacoes terapeuticas representam uma forma eficaz de abordagem de fistulas coronarias seleccionadas. Estas anomalias tem caracteristicas muito variaveis, pelo que e necessario dispor de um grande leque de dispositivos para seleccionar a opcao mais eficaz.
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