LINGUÍSTICA, PSICANÁLISE E CINEMA: A VOZ QUE INTERPELA NO SIMBÓLICO

2016 
O presente artigo contribui para uma aproximacao que fazemos entre a linguistica saussuriana e a psicanalise lacaniana, a partir de uma melhor compreensao desta estrutura que Lacan diz ser a do inconsciente e que ele mesmo afirma ser semelhante a uma estrutura de linguagem. Sendo assim, movimentos do inconsciente e da linguagem estao presentes quando falamos em metafora e metonimia enquanto formacoes do inconsciente e as comparamos aos movimentos do signo no sistema linguistico conforme pensado por Saussure. Analisamos o filme Seven, de David Fincher, segundo as teorias propostas por Saussure (relacoes sintagmaticas e associativas) e Lacan (movimentos de metafora e de metonimia). Salientamos que a analise busca inferir dos crimes cometidos pelo assassino (sujeito) do filme os movimentos de linguagem como deslizamentos, tanto do ponto de vista da linguistica saussuriana como do ponto de vista da psicanalise lacaniana. Ressaltamos, aqui, que a proposta nao e tracar de forma decisiva o perfil do sujeito, muito menos enquadra-lo num perfil clinico de psicose, neurose ou perversao. Mas, sim, perceber os movimentos de linguagem que desenham as cenas dos crimes sempre permeadas pela estrutura psiquica de John Doe. Para a analise, partimos do ponto que Lacan conceitua como fio condutor, ou seja, a metonimia. Esta esta presente no ponto de partida da significacao propria a cada sujeito (LACAN, 1988). Observamos, entao, os movimentos metonimicos realizados pelo sujeito John Doe, para assim chegar a significacao da realizacao da metafora.
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