NAUFRÁGIOS DO IMPÉRIO: POÉTICAS DE UM MAR NÃO MAIS PORTUGUÊS
2003
ssim inicia Fernando Pessoa (1983, p.16) o penultimo poema de Mar Portugues. Ao transformar em ultima nau aquela que levou o malfadado reimenino para as areias de Alcacer Quibir, Pessoa apaga mais de tres seculos da historia de seu pais. Esta aqui a seguir os passos do Historia de Portugal de Oliveira Martins, em que o poligrafo autor considerou que a nacao havia morrido quando findou a sua segunda dinastia. “Nesse tumulo que encerrava, com os cadaveres do poeta e do rei, o da Nacao, havia dois epitafios: um foi o sonho sebastianista; o outro foi, e, o poema d’Os Lusiadas. A patria fugira da terra para a regiao aerea da poesia e dos mitos” (MARTINS, s.d., v.2, 57). Sera novamente, bem o sabemos, com a poesia e com o mito que o poeta de Mensagem tentara reencontrar um sentido para o seu pais-nevoeiro, transformando-o em espaco propicio para o advento desse Galaaz com patria que podera, finalmente, passados os quatro tempos do ser que sonhou, revelar ao mundo dividido o Santo Graal. Mas para entendermos por que esse pais transformou-se em nevoeiro, precisamos justamente visitar os tres seculos apagados por Pessoa e Martins, aqueles mesmos seculos que Antero de Quental amargamente analisou na sua segunda conferencia na Sala do Casino NAUFRAGIOS DO IMPERIO: POETICAS DE UM MAR NAO MAIS PORTUGUES
Keywords:
- Correction
- Source
- Cite
- Save
- Machine Reading By IdeaReader
0
References
0
Citations
NaN
KQI