Racial inequality in obstetric good practices and interventions in labor and birth care in Rede Cegonha.

2021 
Resumo O objetivo do presente estudo foi avaliar desigualdade racial na atencao ao parto e ao nascimento na Rede Cegonha utilizando indicadores de boas praticas e intervencoes obstetricas. Desigualdade racial, mensurada pelo efeito total da raca/cor no modelo sem ajuste, foi detectada em muitos indicadores. A persistencia do efeito direto, apos ajuste para os mediadores idade, escolaridade, paridade, hospital de alto risco e regiao geografica, sugere discriminacao racial contra as pretas, que tiveram menos partograma preenchido (RP 0,88; IC 95% 0,80-0,95). Comparadas as brancas, as pretas ficaram menos em litotomia (RP 0,93; IC95% 0,89-0,98), realizaram menos episiotomia (RP 0,81; IC95% 0,68-0,96) e tiveram menos dor na sutura da episiotomia (RP 0,66; IC95% 0,51-0,87), sugerindo que boas praticas estariam sendo mais realizadas nas pretas. Entretanto, pelo modelo intervencionista de assistencia, ainda adotado por muitos profissionais, essas praticas sao de rotina e a menor realizacao delas nas pretas seria melhor interpretada como evidencia de discriminacao racial a essas mulheres. Para outros desfechos, o efeito da raca/cor desapareceu apos o ajuste para mediadores, sugerindo atenuacao ou desaparecimento do efeito da cor da pele em algumas praticas/intervencoes na assistencia ao parto e nascimento.
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