Multiplicadores fiscais do governo central do Brasil: efeito de choque identificado via abordagem narrativa

2020 
O estudo tem por objetivo estimar os multiplicadores fiscais dos gastos do Governo Central do Brasil para diferentes estados da economia e diferentes regimes monetarios no periodo de 2000 a 2018. O estudo inova com a utilizacao de uma serie de gasto exogena construida com a abordagem narrativa proposta por Romer e Romer (2010), Favero e Giavazzi (2012) Ramey e Zubairy (2018). Para a primeira etapa sao utilizados os modelos: (i) Jorda Local Projections Method (LP), (ii) VAR Bayesiano – BVAR e, (iii) VAR estrutural – SVAR para estimar os efeitos multiplicadores com tres especificacoes diferentes para dados trimestrais: (i) gasto exogeno, gastos do governo e produto, (ii) gastos do governo e produto e, (iii) gasto exogeno e produto. Para a segunda etapa, o gasto exogeno sera utilizado com instrumento para as estimativas dos multiplicadores com base de dados mensais e em diferentes estados da economia e diferentes regimes monetarios com a utilizacao de variaveis instrumentais e o metodo de Jorda. Os multiplicadores sao calculados em forma de integral, sem a utilizacao de conversoes em logaritmos, seguindo Gordon e Krenn (2010), evitando vies nas estimacoes. De modo geral os principais resultados encontrados sao que os multiplicadores fiscais apresentam estimativas menores do que a unidade. Para estimativas com dados trimestrais, com gastos exogenos e sem considerar o estado da economia os multiplicadores foram de 0,48 e 0,83 para os periodos de um e dois anos, e maiores do que a unidade (1,14 e 1,31) para tres e quatro anos, com possivel vies nestes ultimos resultados em funcao de nao considerar o estado da economia. Para choques de gastos do governo os multiplicadores atingem 0,92 no terceiro ano com metodo de Jorda Local Projection. Ainda, observa-se um vies de baixa nas estimativas com modelos SVAR e BVAR. Para dados mensais os resultados encontrados demonstram que os multiplicadores nao sao maiores do que a unidade nos diferentes estados da economia e nem em periodos em que a taxa de juros esteja abaixo da sua tendencia de longo prazo. Observa-se que somente choques na variavel exogena nao sejam capazes de aumentar os efeitos multiplicadores no curto prazo em diferentes estados da economia, podendo ainda, nao serem considerados diferentes de zero nas estimativas dos coeficientes com utilizacao de gastos nominais do governo. Ainda, comprova-se o vies de alta do tamanho dos multiplicadores quando da utilizacao de gastos primarios nas estimativas. De regra, os multiplicadores sao maiores (0,87) em periodos de ociosidade da economia do que em periodos de expansao. Para diferentes regimes monetarios, com juros baixos, o multiplicador atingiu no maximo 0,57. Por fim, os multiplicadores, na grande maioria, nao apresentam diferenca estatistica entre os diferentes estados da economia.
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