Interação das toxinas Cry do Bacillus thuringiensis svar. israelensis com o mesêntero de larvas do vetor Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)

2006 
O Bacillus thuringiensis svar. israelensis (Bti) e um importante entomopatogeno utilizado na producao de larvicidas para o controle do Aedes aegypti, vetor da dengue. A toxicidade do Bti esta baseada no cristal, produzido durante a esporulacao, que contem quatro protoxinas Cry11Aa (70 kDa), Cry4Aa (125 kDa), Cry4Ba (130 kDa) e Cyt1A (28 kDa). Sua acao ocorre atraves da ingestao dos cristais que sao solubilizados no mesentero, onde as protoxinas sao liberadas e clivadas por serina-proteases em toxinas ativas que agem em sinergia no epitelio intestinal e provocam a morte das larvas. Apesar da alta seletividade do Bti, ainda nao foi completamente elucidado como as toxinas Cry interagem com os receptores especificos presentes no epitelio das larvas. O objetivo principal do trabalho foi caracterizar, atraves de ensaios in vitro de natureza quantitativa, a capacidade de ligacao de cada toxina Cry (4Aa, 4Ba e 11Aa) as preparacoes de microvilli intestinal (BBMF) de larvas de Ae. aegypti. Para tal, cada componente Cry foi produzido a partir de cepas recombinantes, Bt cepa 4Q2-81, para producao de biomassas. A atividade inseticida das biomassas para larvas do 3o/4o estadios foi determinada atraves de bioensaios e, outra parte da biomassa foi utilizada para a obtencao dos cristais. Os cristais contendo cada protoxina foram processados in vitro e uma amostra de cada uma delas foi marcada com iodo (I125). Para realizar os estudos de ligacao foram feitas preparacoes BBMF, a partir de larvas do 3o/4o estadios. Os estudos da capacidade de ligacao da toxina foram realizados atraves de ensaios de competicao, de saturacao e de cinetica, atraves de incubacoes entre a toxina- I125 e preparacoes de BBMF, na ausencia ou na presenca de um competidor. (...) Os resultados obtidos mostraram que as toxinas Cry competem pelos mesmos sitios e partilham receptores presentes na BBMF. Em todos os casos estudados, a afinidade do complexo toxinareceptor nao foi elevada, e nao foi detectada sinergia entre as toxinas Cry para a ligacao a BBMF. A ligacao entre as toxinas-I125 e a BBMF e irreversivel, e observou-se uma forte tendencia a oligomerizacao nos tres casos. Os resultados obtidos nesse trabalho sugerem que a toxicidade das toxinas Cry para larvas de Aedes esta relacionada a etapa irreversivel de ligacao com os receptores, e nao e caracterizada por um padrao elevado de afinidade do complexo toxina-receptor ...(AU)
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