Indicadores de estresse oxidativo e consumo de vitaminas antioxidantes associados à infecção pelo HPV e citologia cervical de um grupo de mulheres

2020 
A maioria das infeccoes desencadeadas pelo Papilomavirus humano (HPV) e eliminada espontaneamente pelo sistema imune. Contudo, parte delas apresentam carga viral alta e a persistencia dos subtipos oncogenicos do virus sao fatores decisivos para progressao de lesoes pre-cancerosas. Entre os fatores que contribuem para essa condicao esta a capacidade viral de intervir em processos que elevam a producao de especies reativas de oxigenio (EROS). No organismo, a producao de EROS e equilibrada atraves de sistemas de enzimas antioxidantes e demais moleculas antioxidantes que auxiliam nesse balanco. O presente estudo investigou a associacao entre os niveis plasmaticos de lipoperoxidos e a capacidade antioxidante total plasmatica com consumo de vitaminas A, C e E em mulheres atendidas em um centro especializado de oncologia. Ao todo 113 mulheres com desfechos positivos e negativos a infeccao por HPV e para o Papanicolau responderam questionarios contendo dados socioeconomicos, de comportamento sexual, consumo alimentar e habitos de vida. Tambem foram submetidas a coleta para o exame Papanicolau, para deteccao do HPV e de sangue para determinar a lipoperoxidacao e a capacidade antioxidante total. Foram utilizados os softwares R e XLSTAT® para as analises estatisticas. Alem da frequencia, mediana, media e desvio padrao, conforme o tipo de variavel foram utilizados teste de Mann-Whitney ou Qui-quadrado com posterior regressao logistica. Ainda, foram determinadas correlacoes entre lipoperoxidacao, capacidade antioxidante plasmatica total e desfechos do Papanicolau, HPV e do consumo de vitaminas, seguindo para Analise da Variância Permutacional para averiguar interacoes dentre elas. A prevalencia do HPV foi de 8% e de alteracoes cervicais de 5,3%. Os resultados apontam para chance aumentada a infeccao para ex-fumantes (OR: 5,07; IC95%: 0,9388 – 27,3559; p=0,0592) e as que usufruem de anticoncepcional (OR=6,6923; IC95%: 0,7643 – 58,5999; p=0,0860). Os niveis plasmaticos de lipoperoxidacao foram mais elevados em mulheres sem alteracoes cervicais (Md: 462400; IIQ: 394642 – 535365; p=0,015) e naquelas com HPV (Md: 876855; IIQ: 589295 – 1031243; p=0,077). A capacidade antioxidante total revelou correlacao com o consumo de chimarrao (R2S = 0,196; p= 0,038) e com os niveis de lipoperoxidos (R2Pearson = -0,262; p = 0,005). Entretanto, nenhuma interacao foi observada entre os indicativos de EO e as vitaminas A, C e E para os desfechos da Infeccao Sexualmente Transmissivel (IST) e do Papanicolau. Por fim, a busca por informacoes sobre a relacao entre estresse oxidativo, potencial antioxidante e consumo de vitaminas em individuos soropositivos para o HPV ou com disturbios cervicais e escassa, portanto, sugere-se que novos estudos sejam desenvolvidos para esclarecer a relacao ou interacao entre eles.
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