LINFOMA ANAPLÁSICO ALK NEGATIVO SECUNDÁRIO A PRÓTESE MAMÁRIA: RELATO DE CASO
2021
S.S.G., 37 anos, feminino, G4P2A2. Aos 31 anos, foi submetida a mamoplastia com colocacao de protese mamaria, aos 36 anos iniciou quadro de dermatite em areola em mama direita, fez uso de diferentes tratamentos topicos, porem apresentou piora do quadro com aumento da mama direita apos alguns meses. Paciente nega sintomas B, nega outras queixas associadas, nega comorbidades. Em ressonância magnetica de mama direita de janeiro de 2021 observou-se imagens hiperintensas em T2, adjacentes ao implante representando liquido medindo em seus eixos perpendiculares cerca de 10,9 x 9,7 x 2,4 com volume de 130 mL, a mama esquerda sem anormalidades e ausencia de linfonodos, no exame PET-CT, do mes de abril de 2021, evidenciou lesoes com aumento anormal do metabolismo detectaveis ao metodo suspeitas de atividade de doenca linfoproliferativa em mama direita. Realizada puncao do liquido mamario, a citologia evidencia suspeita de processo linfoproliferativo de celulas grandes pleomorficas. Imunohistoquimica mostra infiltrado de celulas linfoides grandes pleomorficas exibe imunofenotipo T anomalo (positividade para CD3 e CD5), com perda de expressao de CD2 e CD7, as celulas neoplasicas exibem expressao difusa e forte em CD30, alem de serem positivas para CD4, CD25, CD43, GATA3, GRANZIMA B PARCIAL e TIA-1, celulas negativas passa ALK1, CD8, CD20, CD68, FOXP3, PD1 e TDT, ha um indice proliferativo ki67 revelou-se alto (60-70%), evidenciando o diagnostico de Linfoma de Celulas T periferico primario de mama. Em 2011, a Food and Drugs Administration dos EUA reconheceu a associacao entre implante mamario e linfoma anaplasico de grandes celulas (BIA-ALCL). A doenca foi definida como uma forma rara de Linfoma nao Hodgkin de celulas TCD30+ que se formou ao redor de um seroma advindo do implante mamario. As estimativas do risco de desenvolver BIA-ALCL tem variado de 1:100.000 a 1: 3.000.000 em mulheres com implantes e essa ampla variacao na estimativa de risco e reflexo das incertezas relacionadas a consciencia, deteccao e diagnostico. Recomenda-se que essas pacientes sejam tratadas por excisao da protese e de sua capsula e que os pacientes com massas solidas recebam quimioterapia. Os BIA-ALCLs in situ tem um curso clinico indolente e permanecem em remissao completa principalmente apos a remocao do implante. BIA-ALCLs infiltrativos tem um curso clinico mais agressivo. Portanto, e fundamental realizar um estadiamento rigoroso usando a modalidade de multiplas imagens. Implantes multiplos podem favorecer a ocorrencia de BIA-ALCL. O caso apresentando e compativel com linfoma de celulas T perifericas envolvendo seroma tardio, consistente com linfoma de grandes celulas anaplasicas associado a protese mamaria. Novos insights sobre a biologia da BIA-ALCL podem se traduzir em terapias mais direcionadas e eficazes em pacientes refratarios ou recidivantes.
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