Moderação da classificação ponderal no tracking da pressão arterial elevada em adolescentes

2021 
Introducao: Elevadas prevalencias de excesso de massa corporal (EMC) e pressao arterial elevada (PAE) tem sido verificadas entre jovens. Ambos os desfechos demonstram tracking significativo durante a adolescencia. O EMC e um fator de risco para a PAE, deste modo e possivel que o EMC seja um confundidor do tracking da PAE. Entretanto, a identificacao de variaveis de confusao para o tracking da PAE nao tem sido analisada em adolescentes. Objetivos: Verificar o potencial efeito confundidor do EMC no inicio da adolescencia e fatores sociodemograficos sobre o tracking da PAE. Material e metodos: Estudo longitudinal com duracao de tres anos. Participaram do estudo 263 adolescentes, com idade media de 13,9 (desvio padrao=1,2) anos. A massa corporal e estatura foram mensuradas. O EMC foi verificado pelo Indice de Massa Corporal e classificado pelos criterios da Fitnessgram. A pressao arterial foi verificada com aparelho oscilometrico (Omron) e os valores maiores que o percentil 95 foram classificados como elevados. Todos os procedimentos seguiram recomendacoes especificas para adolescentes. Foi utilizada frequencia relativa (%) para descricao da PAE, com os intervalos de confianca de 95% (IC95%) calculados pela tecnica de Bootstrap (1000 amostras). A associacao entre a PAE no baseline e follow-up foi verificada pela regressao logistica binaria, sendo apresentada a razao de chances de forma bruta (RC) e ajustada (RCA) com o IC95%. Para identificacao de potenciais variaveis de confusao (idade, sexo, escolaridade do chefe familiar e EMC no baseline e follow-up) foi utilizado o teste de Qui-quadrado ou exato de Fisher (p<0,20). O ajustamento dos modelos foi verificado pelo teste de Hosmer e Lemeshow. Estudo aprovado pelo CEP-UEL (Parecer: no 234/10). Resultados e discussao: No baseline 10,6% (IC95%=7,2-14,6) dos adolescentes apresentaram PAE e no follow-up 11,4% (IC95%=7,6-15,4). Dentre as potenciais variaveis de confusao analisadas apenas o EMC atingiu os criterios estabelecidos. A RC de ter PAE no follow-up foi 6,0 (IC95%=2,4-14,7) vezes maior entre adolescentes que apresentaram PAE no baseline, apos ajuste pelo EMC do baseline e follow-up esta foi 5,4 (IC95%=2,1-13,8). Na analise estratificada pelo EMC do baseline, a RC foi de 4,1 (IC95%=1,2-14,4) para adolescentes na condicao saudavel e 7,2 (IC95%=1,7-30,1) para aqueles com EMC no baseline, mesmo apos ajuste pelo EMC do follow-up as RCAs permaneceram semelhantes (RCA=4,1, IC95%=1,1-14,5; RCA=8,0, IC95%=1,8-35,4, respectivamente). Maior atencao a estrategias de prevencao e controle da PAE em adolescentes com EMC parecem ser necessarias. Conclusao: O tracking da PAE foi moderado pelo EMC. Adolescentes com EMC tiveram associacoes com aproximadamente o dobro da magnitude em relacao as observadas em adolescentes com condicao ponderal saudavel. Adolescentes com EMC no inicio da adolescencia necessitam de cuidados adicionais para o controle dos valores de pressao arterial.
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