Atividade antifúngica de espilantol frente a uma espécie de Candida albicans resistente a multidrogas

2019 
A candidiase e uma infeccao fungica oportunista causada por leveduras pertencentes ao genero Candida. Essas, por sua vez, apresentam uma crescente resistencia frente aos antifungicos disponiveis atualmente, o que impulsiona a busca por novas substâncias antifungicas de origem vegetal. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade antifungica in vitro de espilantol, um composto isolado de diversas especies vegetais, frente a linhagem de Candida albicans ATCC® 10231, resistente a multiplas drogas e determinar suas propriedades fisico-quimicas, farmacocineticas e farmacodinâmicas. Desse modo, foram realizados ensaios de microdiluicao seriada para determinacao da concentracao inibitoria minima (CIM) e do efeito dessa concentracao sobre o crescimento dessa levedura, analises da curva de crescimento fungico, densidade e viabilidade celular, avaliacao da permeabilidade do envoltorio celular (captacao de cristal violeta, extravasamento de nucleotideos, protecao do sorbitol e ligacao ao ergosterol exogeno), e o ensaio de sinergismo de espilantol com dois antifungicos azolicos (fluconazol e itraconazol) pelo teste de checkerboard. Foi avaliada tambem a viabilidade celular em linhagens de fibroblastos (NIH/3T3) e queratinocitos (HaCaT) tratados com espilantol. Por fim, as analises das propriedades fisico-quimicas, farmacocineticas e farmacodinâmicas deste composto foram determinadas por testes in silico, utilizando ferramentas computacionais. Espilantol apresentou uma CIM de 200 μg/mL, com efeito fungistatico sobre C. albicans. Alem disso, ele levou a uma maior inibicao do crescimento fungico e uma reducao significativa no numero de celulas fungicas. Espilantol tambem causou uma significativa diminuicao na atividade metabolica das leveduras, reduzindo assim, o numero de celulas viaveis. Apos o tratamento das celulas fungicas com este composto, ocorreu um aumento na captacao de cristal violeta, demonstrando assim, que o espilantol altera a permeabilidade das mesmas, levando a um aumento na liberacao de nucleotideos. Obteve-se um valor de CIM de 800 μg/mL nos ensaios de sorbitol e ergosterol, o que indica uma possivel atuacao de espilantol no envoltorio celular da levedura. Um excelente efeito sinergico entre espilantol e fluconazol (ΣCIF=0,265) e entre espilantol e itraconazol (ΣCIF= 0,0019) tambem foi observado. Os resultados de viabilidade celular mostraram que o espilantol, nas concentracoes testadas, nao apresentou toxicidade as linhagens de fibroblastos e queratinocitos. Ja os estudos in silico demonstraram que ele apresenta caracteristicas que permitem a sua administracao por via oral. Com base nos resultados obtidos, nota-se que o espilantol possivelmente esta agindo em nivel de envoltorio celular da levedura e pelas analises in silico, e possivel afirmar que ele apresentou resultados satisfatorios, com caracteristicas que permitem sua classificacao como um bom candidato a farmaco. Diante do exposto, podemos ressaltar o grande potencial cientifico e terapeutico dessa substância, abrindo novas perspectivas para o tratamento de doencas infecciosas causadas pelo genero Candida.
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