CONSCIÊNCIA E INCONSCIENTE EM MATÉRIA E MEMÓRIA: BERGSON PARA ALÉM DO CAMPO DAS REPRESENTAÇÕES

2017 
O problema a respeito do que esta para alem do campo da vivencia consciente pode parecer assunto de menor importância no interior da filosofia de Henri Bergson pela magnitude que esta oferece a temas como os da consciencia, do corpo e da acao. Conceitos que sao, tanto em seu alcance metafisico e ontologico quanto no seu sentido epistemologico, algumas das mais notaveis caracteristicas do bergsonismo e, assim, alguns dos principais focos dos estudos sobre ele. Ao leitor que se pauta nesta perspectiva pode parecer um tanto inusitado que o tema do inconsciente surja em Materia e Memoria, com especial relevo em seu terceiro capitulo, que trata de formular o que Bergson mesmo chama de uma psicologia ainda por fazer. A questao, neste ponto do capitulo, seria responder a aparente desaparicao das imagens na memoria; problema que Bergson busca resolver a partir do papel pragmatico do corpo, mais precisamente, do sistema nervoso. As imagens do passado viriam, deste modo, a representacao na lembranca em funcao da atencao que o sistema nervoso lhe lanca; uma atencao que, pelos motivos fundamentais da necessidade de manter-se vivo, estaria em funcao da acao, dos interesses praticos do momento. Haveria entao, neste sentido, um momento inconsciente da psique para Bergson, dado que nem toda vivencia passada cumpriria um papel nos interesses pragmaticos da atencao. Nosso trabalho tem por objetivo percorrer alguns pontos de Materia e memoria para precisar o sentido que uma nocao de inconsciente teria no contexto dessa obra e seu papel na definicao bergsoniana de consciencia.
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