LIVROS, IMPRENSA E OBSCENIDADE: A INVENÇÃO DA PORNOGRAFIA NO BRASIL

2019 
Este artigo investiga a emergencia da pornografia no Brasil, enquanto uma categoria de representacao, no ultimo quartel do seculo XIX. Para tanto, parte-se de alguns conceitos fundamentais utilizados por Hunt (1999), como a nomeacao da pornografia como tal, a expansao do mercado editorial, a consequente popularizacao dos livros (sobretudo os licenciosos), as novas configuracoes da sociedade quanto a privacidade, e uma incitacao geral de producao de discursos sobre o sexo – com o que se recorre a Foucault (2015) –, incluindo ai uma preocupacao com a obscenidade que passa a ser atravessada pela moralidade, e nao simplesmente pela religiao. Assim, argumenta-se que, a partir desse periodo, o Brasil passa a ter de fato uma pornografia, sobretudo uma literatura pornografica, estabelecendo uma tradicao (CANDIDO, 2013). Utilizam-se fontes oriundas de periodicos oitocentistas e uma bibliografia auxiliar, em que se destacam El Far (2004, 2007) e Leonardo Mendes (2016, 2017).
    • Correction
    • Source
    • Cite
    • Save
    • Machine Reading By IdeaReader
    0
    References
    0
    Citations
    NaN
    KQI
    []