SAÚDE E VOZ: A BUSCA PELO CUIDADO E AS PERCEPÇÕES DAS PROFESSORAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

2014 
A mulher passa por conquistas, experiencias e conflitos na busca da realizacao existencial. A sobrecarga de atribuicoes, se por um lado traz beneficios ao posicionamento social e profissional; por outro, traz prejuizos a saude, incluindo a saude vocal. Isso precisa ser observado pelos programas governamentais de atencao a saude da mulher, especialmente quando se trata das profissionais da voz. As professoras configuram uma fatia significativa desse universo, sendo a maioria dos docentes da educacao basica brasileira do sexo feminino. Os programas de saude nao estao preparados para essa demanda e estudos mostram a escassez de conscientizacao das mulheres sobre a importância de cuidar da voz. O objetivo desta pesquisa foi investigar os tipos de profissionais de saude que as professoras visitam anualmente para cuidar da saude. Estudo qualitativo, realizado de agosto a setembro de 2013. A amostra foi composta de 50 professoras do ensino fundamental de tres escolas do Distrito VI de educacao de Fortaleza, com idades entre 26 e 63 anos. Os dados foram coletados por meio de um questionario semiestruturado. As tematicas de analise foram: condicoes de saude e percepcoes sobre a voz. Das participantes 84% referiram ir ao ginecologista anualmente, 30% ao clinico geral, 16% ao otorrinolaringologista e apenas 8% ao fonoaudiologo. Apesar de poucas professoras terem referido visita anual ao fonoaudiologo, 86% relataram apresentar, pelo menos tres queixas vocais, as mais frequentes foram: garganta seca (78%), rouquidao (76%) e ardor na garganta (62%). Abuso vocal, indisciplina dos alunos e estresse foram os fatores de risco mais evidentes neste grupo, confirmando a relacao entre a influencia das emocoes na qualidade vocal e a necessidade de visitas a psicologos, referidas por apenas 8% das participantes. As professoras referiram estrategias paliativas para cuidar da voz (gargarejos e chas) e outras cientificamente validadas (hidratacao, exercicios vocais, boa alimentacao). Conclui-se que as professoras, apesar das queixas vocais, nao buscam o fonoaudiologo anualmente, fazendo uso de acoes paliativas pouco resolutivas. Segundo os relatos, observa-se que a maioria nao tem acesso a servicos de fonoaudiologia, o que reduz a busca por esse profissional; porem sente a necessidade da implantacao de acoes sistematicas ligadas a saude vocal no ambiente escolar, como uma estrategia de promocao da saude.
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