Desenvolvimento e conflito ambiental: a construção do discurso dos “espaços vazios” em megaprojetos no litoral sul do Espírito Santo, Brasil

2021 
Nas ultimas decadas, o discurso desenvolvimentista no Brasil promoveu diversas acoes que culminaram na atracao de investimentos em grandes empreendimentos. Eleito o espaco adequado para investimentos em infraestrutura logistica para apoio a exportacoes e a modernizacao da cadeia de producao de petroleo e gas, o litoral sul do estado do Espirito Santo e, a partir do inicio dos anos 2000, palco de transformacoes que ocorrem com o anuncio da instalacao de portos, usinas termoeletricas, construcao de estradas e ferrovias, entre outros. Este processo nao se viabiliza sem a ocorrencia de conflitos. Em pesquisa recente, cujo objetivo foi o de focar os conflitos ambientais originados no choque de interesses entre os investimentos portuarios e as comunidades pesqueiras no sul do estado, constatou-se que um dos mecanismos utilizados pelo “desenvolvimento” para se viabilizar foi a construcao de um discurso que ressalta os “espacos vazios”. Este artigo pretende demonstrar os elementos utilizados para a afirmacao deste discurso e a sua negacao, que contempla as espacialidades repletas de diversidade e diferencas, expressas pela presenca de comunidades tradicionais de pesca artesanal. Conclui-se que as acoes do desenvolvimento, na medida em que se pretendem homogeneizadoras, nao permitem a existencia de diferencas do espaco o que provoca as disputas que ocorrem no litoral sul do Espirito Santo, com destaque aquelas que dizem respeito a manutencao do modo de vida do pescador artesanal.
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