Vivência de uma Filha-Cuidadora ao Acompanhar Sua Mãe no Processo de Fim de Vida e Morte

2014 
Introducao: com os crescentes avancos cientificos e tecnologicos, a expectativa de vida da populacao mundial tem aumentado, assim ha cada vez mais idosos e as doencas cronicas, proprias do envelhecimento, tem se feito mais presentes. Alem disso, pessoas de quaisquer faixas etarias tem sobrevivido por mais tempo a doencas graves e/ou acidentes, que antes eram mais rapidamente letais e, muitas vezes, junto a sobrevida tem se somado os sintomas incapacitantes. Dessa maneira, as mudancas nos perfis demograficos e epidemiologicos da populacao mundial tem aumentado a demanda por cuidados. a maior parte desses cuidados e realizada por familiares mais proximos, que tem acompanhado por mais tempo seus entes queridos no fim da vida e no processo de morrer. Esse cuidar/acompanhar na maioria das vezes gera sofrimento e adoecimentos, que ainda podem ser agravados por muitas duvidas e anseios advindos da situacao. Partindo desse cenario, o trabalho descrito a seguir foi realizado a partir da experiencia de L., uma mulher de 52 anos, que foi a cuidadora principal de sua mae, diagnosticada com câncer de mama em dezembro/2004 e falecida em marco/2010, em decorrencia da doenca, aos 67 anos. Sua experiencia e apresentada a seguir sob a forma de estudo de caso. Objetivo: compreender a experiencia de uma filha-cuidadora, que cuidou/acompanhou sua mae em seu processo de fim de vida e morte em decorrencia de um câncer e seus desdobramentos. Metodo: a escolha do metodo para este trabalho foi o fenomenologico. Foram realizadas duas entrevistas individuais abertas com a participante. a primeira entrevista inicialmente partiu da pergunta: “como foi para voce ter vivido a perda de sua mae?”, e a segunda entrevista foi uma continuidade do depoimento. Analise: a partir do discurso de L., foi possivel destacar as seguintes unidades de significado: sendo a cuidadora principal; relacionando-se com a mae; relacionando-se com os outros familiares; relacionando-se com os profissionais de saude; lidando com a ambiguidade dos sentimentos; vivenciando o luto antes da morte; vivenciando o luto apos a morte; lidando com a propria finitude. Consideracoes finais: observando as unidades de significado que surgiram no discurso dessa filha-cuidadora, e possivel destacar que quando um paciente com doenca em estagio avancado e tratado/cuidado, faz-se bastante importante englobar nesses cuidados tambem sua familia. a familia, especialmente o cuidador principal, e fortemente afetada pela doenca e seus desdobramentos, podendo tambem vir a adoecer fisica e/ou emocionalmente. o esgotamento e o luto complicado sao algumas dessas possibilidades de adoecimento. Nesse sentido, a boa relacao profissional de saude-paciente-familia, ou seja, aquela em que ha acessibilidade e confianca, pode servir como fator protetor ao adoecimento do familiar.
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