Luto em cuidadores: realidade de dois Agrupamentos de Centros de Saúde do Norte

2020 
Objetivo: Caracterizar os cuidadores nos doze meses apos a morte do doente (dados sociodemograficos, acompanhamento clinico, problemas de saude e terapeutica farmacologica). Metodos: Realizou-se um estudo observacional, retrospetivo e analitico, ao nivel dos cuidados de saude primarios. A populacao era constituida por cuidadores de doentes falecidos no ano de 2017, identificados pelo medico de familia dos ultimos. Apos envio de convite a participacao de todas as Unidades Funcionais foram obtidos os dados que permitiram caracterizar os cuidadores e o acompanhamento clinico no primeiro ano de luto, atraves dos medicos de familia que aceitaram participar. Para a analise descritiva foram utilizadas frequencias absolutas e relativas, mediana, minimo e maximo. Resultados: Dos 308 cuidadores destaca-se a representatividade dos idosos (mediana de idade – 66,5 anos) e das mulheres (79,2%), bem como o acompanhamento exclusivo pelo medico de familia em 93,2% das situacoes. A prescricao de novo e/ou alteracao de dosagem de psicotropicos ocorreu em 35,1% dos cuidadores, contrastando com a baixa taxa de acompanhamento em psicologia (3,5%) e/ou psiquiatria (4,2%) e ausencia de avaliacao de risco no luto e fornecimento de ferramentas de apoio. Conclusao : As caracteristicas dos cuidadores foram concordantes com as descritas na literatura. A medicalizacao do luto pode refletir escassez de formacao, tempo de consulta e de recursos de psicologia e psiquiatria. Comprova-se o papel essencial do medico de familia no apoio ao luto; a implementacao de medidas institucionais e organizacionais pode melhorar a prestacao de cuidados no luto.
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