Germinação, emergência e crescimento de Ormosia arborea (Vell.) Harms (Fabaceae) sob alagamento

2016 
O alagamento do solo restringe a disponibilidade de oxigenio necessario para a germinacao de sementes e o crescimento de plantas, no entanto, ajustes fisiologicos, morfologicos, anatomicos e/ou metabolicos adaptativos envolvendo respostas plasticas fenotipicas de individuos sao mecanismos que auxiliam a ocupar areas inundaveis e a ampla gama de estrategias desenvolvidas pelas plantas para sobreviver nestas condicoes dependem nao so da especie, mas tambem da intensidade e duracao do estresse. Assim, esta pesquisa objetivou avaliar o efeito de diferentes periodos de alagamento na germinacao, emergencia e crescimento de Ormosia arborea. Para tanto, sementes escarificadas por 15 minutos em acido sulfurico ou intactas (sem tratamento pre germinativo) foram submersas por 0, 15, 30 e 45 dias e, apos cada tempo de submersao, as sementes intactas foram escarificadas por 0, 5, 10 e 15 minutos em acido sulfurico, para entao serem semeadas em tubetes e em papel Germitest®, para caracterizar emergencia e germinacao, respectivamente. Mudas tambem foram alagadas por diferentes periodos (0, 15, 30, 45 e 60 dias) e ao final de cada periodo de alagamento, estas foram drenadas para a avaliacao da recuperacao 75 dias apos a saida das mudas do alagamento (pos-alagamento). Verificou-se que, sementes intactas sao tolerantes a submersao, mas perdem rapidamente a viabilidade quando a dormencia tegumentar e superada. Esta resposta indica que o tegumento impermeavel e rigido da semente e uma importante caracteristica para tolerar condicoes adversas e impedir a inviabilidade. As mudas de O. arborea sobreviveram sob alagamento, inclusive ao pos-alagamento apresentando hipertrofia lenticelar e mudancas no ângulo da folha, mas durante os periodos mais longos de alagamento as mudas reduziram a eficiencia quântica do PSII e trocas gasosas (excecao da concentracao interna de CO 2 que aumentou neste periodo). Durante o restabelecimento pos-alagamento o metabolismo foi retomado, no entanto as taxas fotossinteticas e eficiencia da carboxililacao nao foram recuperadas completamente quando submetidas ao alagamento mais prolongado (60 dias), tambem nao foi observada recuperacao da condutância estomatica e eficiencia do uso da agua ao nivel do controle independente do periodo de alagamento. O Potencial hidrico foliar e a anatomia da folha permaneceram semelhante as mudas controle, apresentando apenas diferencas na espessura da nervura central, feixe vascular, abertura e indice estomatico. Estes ajustes fisiologicos e morfoanatomicos apresentados nao prejudicaram o crescimento de O. arborea que nao deixou de acumular massa seca durante todo o experimento e investiu em altura pos-alagamento, demostrando sua plasticidade fenotipica e indicando potencial de sobrevivencia e tolerância em areas temporariamente inundadas.
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