Não é fumaça, é fogo! Cruzada antigênero e resistências feministas no Brasil

2020 
Resumo: Eventos recentes posicionaram o genero no cerne da vida publica brasileira. Neste artigo, descrevo dois processos imbricados a isso: a cruzada antigenero e a eclosao da “primavera feminista”. A primeira, estrategia catolica transnacional, emergiu no Brasil em 2014. Anos depois, parlamentares pro-impeachment declararam votos em favor da familia e contra a “ideologia de genero” - expressao habilmente apropriada por uma poderosa coalizao dentro e fora do parlamento. Em 2018, a campanha antigenero voltou aos debates nacionais com a candidatura de Jair Bolsonaro a presidencia. O rechaco ao candidato agregou milhares de mulheres nas redes sociais e nas ruas, formando o movimento #elenao. Porem, nao se tratava de reacao repentina ou inedita: as resistencias das mulheres tem demonstrado a potencia de suas aliancas e contestado a tese da “cortina de fumaca” que rotula as taticas do atual governo.
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