Impacto da ausência do interferon gama na plasticidade sináptica após lesão do nervo isquiático

2011 
Na medula espinal, o estabelecimento das sinapses e, provavelmente, coordenado pelos proprios neuronios. Contudo, as celulas da glia circunjacentes e o microambiente formado entre neuronios/glia, desempenham papel importante na modulacao da excitabilidade neural, influenciando na transmissao e plasticidade sinaptica. Em situacoes de injuria ou inflamacao, ha um aumento da reatividade glial e mudanca do estado funcional dos neuronios, levando a uma consequente cascata de eventos visando a homeostase do tecido. Neste sentido, o IFNγ esta envolvido na regulacao da expressao do MHC I, o qual tem recentemente mostrado exercer um papel importante nos processos de plasticidade sinaptica apos axotomia. Alem disso, existem evidencias de que o IFNγ pode interferir na diferenciacao e sobrevivencia das celulas neurais. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos da ausencia do IFNγ nos neuronios espinais apos lesao. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar os fenomenos de plasticidade sinaptica e da reatividade glial em camundongos mutantes para IFNγ, a fim de analisar a dinâmica das sinapses na medula apos a lesao do nervo isquiatico em animais incapazes de regular a expressao de MHC I pela producao de IFNγ. Para isso, camundongos mutantes para IFNγ e do tipo selvagem C57BL/6J foram submetidos a transeccao ou esmagamento unilateral do nervo isquiatico (5animais/grupo/experimento) e o material foi processado para imunohistoquimica, Western blotting, microscopia de luz e de transmissao (MET). Alem disso, a avaliacao motora dos animais tambem foi investigada por meio do indice funcional do nervo isquiatico. Seccoes da medula espinal de camundongos sem lesao foram tambem utilizados para analise de sobrevivencia neuronal e presenca de apoptose por TUNEL e imunomarcacao para caspase 3. Camundongos neonatos foram utilizados para os experimentos com cultura primaria de astrocitos. A ausencia do IFNγ nos animais mutantes levou a reducao da expressao de MHC I apos uma semana de lesao. Os motoneuronios encontrados no corno ventral destes animais exibiram menor tamanho do soma e maior numero de celulas degeneradas comparado aos animais selvagens. A perda neuronal nao foi agravada pela axotomia do nervo isquiatico nos animais mutantes. A morte por apoptose foi sugerida baseado nos resultados positivos para TUNEL e caspase 3. A analise ultraestrutural mostrou menor retracao de terminais sinapticos nos animais mutantes uma semana apos lesao periferica. Alem disso, a ausencia do IFNγ nao prejudicou a recuperacao motora dos animais mutantes. Em cultura, os astrocitos dos animais mutantes mostraram um atraso na taxa de proliferacao provavelmente em razao da ausencia do IFNγ. Com base nestes resultados, sugerimos que o IFNγ pode exercer um papel neuroprotetor e que sua ausencia resulta na morte neuronal, a qual nao e agravada pela lesao periferica. Abstract
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