A questão da parrhesia no pensamento de Michel Foucault, Pierre Hadot e Martha Nussbaum

2011 
O objetivo deste artigo e apresentar apenas algumas nocoes que contribuem para uma analise da relevância atribuida, a partir do final do seculo XX, a questao da parrhesia em sua relacao com o cuidado de si no pensamento de Pierre Hadot, Martha Nussbaum e Michel Foucault. Enquanto Hadot a dilui em analises daquilo que denomina exercicios espirituais, por meio da concepcao de filosofia como modo de vida, Nussbaum a integra a nocao de argumento terapeutico, concentrando-a em um capitulo dedicado ao metodo terapeutico epicurista. Ja Foucault amplia, em seu pensamento tardio, a investigacao do uso da parrhesia, considerando-a uma das tecnicas fundamentais das praticas de si da Antiguidade. Ele a conceitua, busca sua genealogia politica (democracia) e explicita sua extensao ao campo da etica, tomando-a como base para uma critica da forma moderna de relacao entre verdade, poder, sujeito e liberdade. Para tanto, especifica retrospectivamente toda a trajetoria de sua propria obra, bem como seus deslocamentos teoricos em relacao ao pensamento filosofico contemporâneo. Apesar das importantes variacoes de amplitude, diferencas e contraposicoes atribuidas por esses tres filosofos a nocao de parrhesia, suas pesquisas constituem um eixo tematico que circunscreve uma importante preocupacao filosofica contemporânea e permite tracar um dominio de pensamento, estabelecido, por um lado, por meio do problema foucaultiano do contrapoder, da resistencia, do governo de si e dos outros; por outro lado, por meio da questao de Nussbaum acerca do argumento terapeutico.
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