A importância da subjetivação política nas escolas em tempos sombrios

2016 
Subjetivacao politica e uma expressao cunhada por Ranciere (1992) para definir os embates erraticos com o outro em torno do ideario da igualdade. A educacao escolar e um campo propicio para que esses impasses ocorram pelo encontro inevitavel com as diferencas, mas tais processos sao normalmente debelados pelos professores por implicarem conflitualidade, ainda vista como uma falha da autoridade escolar. Essa reflexao teorica objetiva sublinhar a importância de que a subjetivacao politica seja levada a efeito nas escolas. A psicanalise tem contribuicoes para essa discussao por ser capaz de tensionar, sem negar, o ideario de uma educacao libertaria advinda de tais processos junto aos estudantes. Vivemos um tempo em que os discursos de segregacao ganham amplitude em todo o mundo. Desatentas a esse sintoma social e inseridas em uma suposta despolitizacao, as instituicoes escolares residem em um “edificio” ideologico liberal em que a realidade e vista como pronta e o exito de cada um resultante de um esforco individual, desconectado das coordenadas institucionais, sociais e politicas. Tal proposicao afeta o ato educativo, impedindo a inclusao autentica daquele que comparece como estranho ( unheimliche ) ou vulneravel. Adorno (1995) postula que a finalidade da educacao e a que Auschwitz nao se repita. Proposicao imprescindivel e um desafio para as escolas, de modo que a formacao volte-se, ao mesmo tempo, a adaptacao dos estudantes a sociedade, mas, sobretudo, a problematizacao do campo social vigente.
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