ARRITMIAS EM CÃES COM ENDOCARDIOSE VALVAR

2017 
Dentre as cardiopatias valvares em caes, a endocardiose valvar (EV) e a doenca adquirida cronica mais comum. Sua progressao e variavel, resultando em insuficiencia cardiaca congestiva (ICC) em alguns caes, porem, outros podem nunca manifestar sinais de ICC ao longo da vida. O eletrocardiograma e o exame de eleicao para o diagnostico de arritmias cardiacas. No entanto, as alteracoes de ritmo podem ocorrer de forma transitoria tornando- se necessaria uma monitorizacao mais ampla. Nesse contexto, o exame eletrocardiografico continuo (Sistema Holter), com duracao de 24 horas, possibilita o diagnostico de arritmias nao demonstradas ao eletrocardiograma de curta duracao. Desta forma, com este trabalho objetivamos determinar a prevalencia da origem das arritmias em caes com EV, com e sem historico de ICC. Para o estudo, foram avaliados 20 caes com EV, de racas pequenas, conforme aprovado pelo Comite de Etica no Uso de Animais da UNIPAMPA.Todos os caes foram submetidos a pelo menos uma avaliacao eletrocardiografica de 24 horas (sistema Holter). Os animais foram divididos em dois grupos, considerando a incidencia de ICC em algum momento da vida. O grupo 1 (G1) foi composto por 15 caes (75%) sem historico de ICC, enquanto que o grupo 2 (G2) foi representado por cinco caes (25%) com historico de ICC. Para tanto, todos os caes foram submetidos a avaliacao clinica, radiografica, eletrocardiografica e ecocardiografica para fins de diagnostico, previamente a avaliacao Holter. Todos os registros foram realizados por meio do Holter digital de tres canais, pelo periodo de 24 horas, em ambiente domiciliar. Dos 20 caes avaliados, quatro apresentaram apenas arritmias de origem supraventricular, um apenas ventricular e oito tiveram as duas origens de arritmias, totalizando 13 caes (65%) dos 20 caes avaliados. Nos dois grupos 40% dos caes apresentaram arritmias de origem supraventricular e ventricular associadas. Embora todos os caes do G2 e apenas 53% do G1 tenham apresentado algum tipo de arritmia, sete caes do G1 tiveram episodios de arritmia ventricular isolada ou em associacao com supraventricular, consideradas mais graves pelo maior risco de morte subita. Isso reforca a hipotese de maior prevalencia de arritmias em caes com EV quando associados a ICC, porem, podem estar presentes em qualquer fase da doenca, assim como observado nos caes do G1. A dilatacao atrial decorrente da sobrecarga de volume oriunda da regurgitacao ventricular sistolica, caracteristica da degeneracao mixomatosa valvar presente nesta enfermidade (EV), favorece a ocorrencia de arritmias de origem supraventricular, a qual se correlaciona com a gravidade e progressao da doenca, justificando a maior incidencia dessas arritmias nos caes do G2. Ainda assim, esse resultado reforca a importância da realizacao da avaliacao eletrocardiografica de 24 horas (Holter) em caes com EV, uma vez que nenhum dos 20 caes apresentou arritmias ao eletrocardiograma ambulatorial.
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