A INTERFERÊNCIA DO MEDO DE CAIR NO EQUILÍBRIO DE IDOSOS

O envelhecimento e uma evolucao natural do desenvolvimento humano; no entanto, traz consigo modificacoes estruturais e funcionais que comprometem diversos sistemas do organismo. Dentre eles, os sistemas que compoem o controle postural. Essas alteracoes tornam os individuos mais suscetiveis a experimentar quedas, que podem ser definidas como um evento nao intencional que leva um individuo a um nivel inferior ao da sua posicao inicial. As quedas apresentam diversos impactos na vida de um idoso, desde consequencias fisicas diretamente ligadas a queda a consequencias psicologicas. A partir disso, o objetivo deste estudo foi verificar se existe relacao entre o medo de cair e variaveis ligadas ao equilibrio corporal de idosos. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, observacional e comparativo que foi realizado a partir da aprovacao CEP-Unipampa. Primeiramente os idosos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Em seguida foram coletadas informacoes referentes ao perfil socio-demografico e questoes referentes ao medo ou nao de cair, bem como presenca de alteracoes visuais e/ou auditivas, uso de orteses visuais e/ou auditivas, habitos de vida, historico de quedas no ultimo ano, sintomatologia de desequilibrio corporal. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel® versao 10.0 e analisados no Programa SPSS® versao 17.0. Os participantes foram divididos em dois grupos, de acordo com a presenca ou nao do medo de cair e os resultados foram analisados a partir do teste qui-quadrado com intervalo de confianca de 95% a fim de comparacao. Foram avaliados 111 idosos, os quais foram divididos em dois grupos de acordo com a resposta de ter ou nao medo de cair para melhor analise dos dados. Foram considerados resultados estatisticamente significativos aqueles com p < 0,05. Observou-se que os idosos que ja experimentaram uma queda, tem mais medo de cair do que aqueles que nunca cairam. Alem disso, quanto mais quedas os idosos sofreram, maior tende a ser o medo de uma recidiva. No entanto, notou-se que mesmo idosos que nunca sofreram quedas possuem medo de cair. Encontramos tambem uma significância estatistica quando relacionamos o medo de cair com elementos da sintomatologia de desequilibrio corporal. Contudo, quando relacionamos o medo de cair com a presenca referida de alteracoes visuais e/ou auditivas e uso de orteses visuais e/ou auditivas, nao encontramos significância estatistica. Concluimos com este estudo que as alteracoes vestibulares sao as que mais apresentam relacao com o medo de cair entre os idosos, o que pode contribuir para uma maior ocorrencia de quedas.