AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE REMOÇÃO DE CORANTE TÊXTIL PELO FUNGO Lasiodiplodia theobromae MMPI EM EFLUENTE SINTÉTICO E INDUSTRIAL

2013 
Os processos industriais de producao textil tem como caracteristica o uso de grandes volumes de agua durante as etapas de lavagem e tingimento de tecido, resultando em efluentes com enorme diversidade e complexidade quimica. A presenca de corantes dissolvidos no efluente e bastante visivel e problematica, considerando sua recalcitrância e cinetica de degradacao lenta. Neste trabalho, o fungo ascomiceto L. theobromae MMPI foi avaliado quanto a capacidade de remocao de cor do efluente sintetico contendo corante azul reativo e de efluente industrial. Os ensaios com efluente sintetico foram realizados em incubadora orbital shaker e em biorreator com cuba de 5 L. O meio foi suplementado com MgSO4.7H2O 2 g L-1, K2HPO4 2 g L-1, autoclavado (121o C/15 min), e acrescido de sacarose, nitrato de amonio e velocidade de agitacao de acordo com delineamento composto central rotacional (DCCR), temperatura 28o C, inoculo padronizado e tempo para retirada das amostras de 72 h. A eficiencia de remocao de cor variou de 31,58% ate 91,60% e a producao de biomassa de 0,40 g L-1 a 8,70 g L-1. Foi observada ainda, a producao de um exopolissacarideo (EPS) na ordem de 0,66 g L-1 a 9,70 g L-1. Na analise das estimativas dos efeitos (p<0,05) apenas o efeito linear da concentracao de sacarose (p<0,000) e o efeito quadratico da concentracao de nitrato de amonio (p<0,018) se mostraram significativos. O modelo obtido foi avaliado atraves da ANOVA, apresentando coeficiente de regressao elevado considerando um sistema biologico (R2 0,8483). Este modelo foi validado atraves de experimento a posteriori, indicando excelente correlacao entre o valor preditivo (74,8%) e o valor observado (73,8%). Os ensaios em biorreator ratificaram o comportamento observado em incubadora shaker, obtendo-se 86% de descoloracao do efluente sintetico ao final de 72 horas de tratamento e 91,3% de descoloracao ao final de 168 horas de tratamento para o efluente industrial. Apos 168 h de incubacao observou-se atividade enzimatica de lacase (0,0563 U / ml). Os ensaios de toxicidade aguda com Artemia salina indicaram que a CL50 foi de aproximadamente 14,72% (v / v) para o efluente bruto, enquanto que o efluente submetido ao tratamento de oito dias o valor aproximado foi de 4,98% (v / v). Diversos autores relacionam os processos de descoloracao a atividade enzimatica, no entanto os resultados obtidos sugerem que a remocao de cor esta relacionada a adsorcao do corante na biomassa produzida. Estudos posteriores devem ser realizados para o melhor entendimento e confirmacao de que a remocao de cor nao esta associada a biossintese de enzimas degradadoras de estruturas fenolicas como as lacases.
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