A duplicidade na educação da areté em "A República" e em "Protágoras" de Platão

2017 
espanolEl articulo compara dos propuestas de educacion de la arete en los textos de Platon: el “Mito de Prometeo” en el Protagoras (320 C-328 B) y el “Mito de la Cueva” en el libro VII de La Republica. Esto se debe a la ambiguedad del termino arete, que puede ser entendido como una virtud o competencia moral. Esiste una homologia estructural entre el mito narrado por Platon en el Protagoras y el Libro VII – su antitesis paradigmatica y teorico-valorativa. Ambos textos se estructuran en dos partes: la narracion de una alegoria (mythos) y, enseguida, la explicacion analitica de esta alegoria por un discurso racional (logos). En consonancia con la terminologia contemporanea de Wolff, ese debate dio lugar a un enfoque divergente pero complementario entre la “verdad juridica”, defendida por el personaje de Protagoras en el contexto democratico, y la “competencia tecnica” del personaje Socrates, en la segunda perspectiva. Debate que lleva hasta el dia de hoy, a desarrollos pedagogicos. Con respecto a la naturaleza y la cultura, tensado por la fijeza de las leyes de la fisica (physis) y la arbitrariedad de la ley juridica (nomos), la epistemologia vinculada al primero tipo de conocimiento ha superado a las humanidades. Esta victoria ha asociado, despues de la modernidad, las ciencias naturales al discurso verdadero sobre lo real. Sin embargo, se debe recuperar el papel de los Sofistas para enfatizar la relacion entre la verdad y la construccion politica y juridica en el contexto democratico. El punto central de esta perspectiva opinativa es la paradoja sofistica de utilizar habilmente algo comun, la palabra, que adquiere un potencial tecnico en el ambito publico gracias a la capacidad de persuasion por una nueva tecnica del discurso: la retorica. EnglishThe article compares two proposals for the education of arete in Plato’s texts: the “Myth of Prometheus” in Protagoras (320 C-328 B) and the “Cave Myth” in Book VII of The Republic. This is due to the ambiguity of the term arete, which can be understood as moral virtue or as competence. There is a structural homology between the myth narrated by Plato in Protagoras and Book VII above: its paradigmatic antithesis and theoricalevaluative. Both texts are structured in two parts: the narration of an allegory (mythos) and, soon after, the analytic explanation of this allegory by a rational discourse (logos). Following the contemporary terminology of Wolff, this debate translated into a divergent but complementary approach between the “legal truth” defended by Protagoras’ character in a democratic context and the “technical competence” of the Socrates character in the second perspective. Debate that brings, until today, their pedagogical unfolding. As for nature and culture, hardened by the fixity of the laws of physics (physeis) and by the arbitrariness of legal laws (nomos), epistemology linked to the first type of knowledge overcame the humanities. This victory associated, after modernity, the sciences of nature with the true discourse on the real. However, the role of the sophists in emphasizing the relationship between truth and political-juridical construction in a democratic context has to be retaked. The central point of this view is the sophistical paradox of competently using something common, the word, which acquires a technical differential in the public arena thanks to the capacity for persuasion by a new technique of discourse: rhetoric. portuguesO artigo compara duas propostas de educacao da arete nos textos de Platao: o “Mito de Prometeu” no Protagoras (320 C-328 B) e o “Mito da Caverna” no Livro VII de A Republica. Isso se deve a ambiguidade do termo arete, que pode ser compreendida como virtude moral ou como competencia. Ha uma homologia estrutural entre o mito narrado por Platao no Protagoras e o Livro VII acima: sua antitese paradigmatica e teoricovalorativa. Ambos os textos se estruturam em duas partes: a narracao de uma alegoria (mythos) e, logo em seguida, a explicacao analitica dessa alegoria por um discurso racional (logos). Acompanhando a terminologia contemporânea de Wolff, esse debate se traduziu numa abordagem divergente, mas complementar entre a “verdade juridica”, defendida pelo personagem de Protagoras, em contexto democratico, e a “competencia tecnica” do personagem Socrates, na segunda perspectiva. Debate que acarreta, ate hoje, os respectivos desdobramentos pedagogicos. No que concerne a natureza e a cultura, enrijecida pela fixidez das leis da fisica (physis) e pela arbitrariedade das leis juridicas (nomos), a epistemologia ligada ao primeiro tipo de conhecimento venceu as humanidades. Essa vitoria associou, depois da modernidade, as ciencias da natureza com o discurso verdadeiro sobre o real. Todavia, ha de se recuperar o papel dos sofistas ao enfatizarem a relacao entre verdade e construcao politico-juridica em contexto democratico. O ponto central dessa sua perspectiva opinativa e o paradoxo sofistico de usar competentemente algo comum, a palavra, que adquire um diferencial tecnico na arena publica gracas a capacidade de persuasao por uma nova tecnica do discurso: a retorica.
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