Relação entre mastócitos e e-caderina em ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares

2018 
Os mastocitos sao celulas secretoras que liberam diferentes mediadores quimicos, dentre eles a triptase, participando tanto de estimulos fisiologicos quanto patologicos. A Ecaderina e um elemento da familia das caderinas conhecida por desempenhar um papel importante na regulacao da adesao intercelular em tecidos epiteliais. O presente estudo se propos a avaliar a relacao entre mastocitos e a expressao da E-caderina em ceratocistos odontogenicos e cistos radiculares. A avaliacao imuno-histoquimica da triptase consistiu na quantificacao de mastocitos degranulados e nao degranulados em 15 campos, sendo 5 no tecido epitelial, 5 no tecido conjuntivo superficial e 5 campos no tecido conjuntivo profundo. A avaliacao da E-caderina foi realizada de forma semi-quantitativa, utilizando os escores: 1 (0 a 50%) e 2 (>50%), sendo observado tambem o padrao de imunorreatividade celular (membranar, citoplasmatica, membranar e citoplasmatica) alem da verificacao do tamanho das lesoes a partir da coleta de dados nas fichas clinicas dos pacientes. A analise das lesoes cisticas estudadas revelou maior media total de mastocitos nos cistos radiculares, quando comparados aos ceratocistos odontogenicos (IC 95%). No que diz respeito a quantidade de mastocitos no componente epitelial, verificou-se maior mediana nos cistos radiculares em relacao aos ceratocistos odontogenicos, ja no tecido conjuntivo constatou-se que os ceratocistos odontogenicos apresentaram a maior mediana. Ao verificar a densidade de mastocitos degranulados e nao degranulados atraves do teste nao parametrico de Kruskal-Wallis, constatou-se que as maiores concentracoes estavam relacionadas a mastocitos degranulados no epitelio de cistos radiculares (KW=30,343; p=0,000), sendo que nos ceratocistos odontogenicos as maiores densidades desses tipos celulares degranulados foram encontrados no tecido conjuntivo (KW=0,092; p=0,762). Ao se examinar a expressao da E-caderina no componente epitelial, observou-se uma similaridade entre as lesoes cisticas com maior expressao nos ceratocistos odontogenicos (p=0,798) que apresentaram marcacao membranar em 63.3% dos casos. Realizando a analise da correlacao de Spearman (r) foi observada uma correlacao negativa entre a expressao da E-caderina e o numero total de mastocitos (r= -0,311; p= 0,016), numero de mastocitos degranulados (r= -0,255; p= 0,049) e a localizacao desses tipos celulares no tecido conjuntivo total e profundo tanto nos cistos radiculares quanto nos ceratocistos odontogenicos. Observou-se tambem, outra correlacao negativa entre os mastocitos intraepiteliais (r= -0,265; p=0,016) e o tamanho das lesoes cisticas. Diante desses achados, verificamos que a maior concentracao de mastocitos nos cistos radiculares confirma a sua natureza inflamatoria, destacando a maior quantidade de mastocitos degranulados no componente epitelial, refletindo em menor expressao de e-caderina quando comparados aos ceratocistos odontogenicos, sugerindo desta forma, uma possivel atuacao da triptase na alteracao das juncoes de adesao e consequente aumento na permeabilidade epitelial. No que diz respeito ao tamanho das lesoes, verificou-se que as maiores densidades mastocitarias no componente epitelial foram identificadas em lesoes menores, sugerindo uma atuacao desses tipos celulares em uma etapa inicial de crescimento das lesoes cisticas estudadas.
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