EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: experiências de egressos de um curso de especialização em saúde da família

2016 
Desde a 8a Conferencia Nacional de Saude, em 1986, sao constantes as preocupacoes com a necessidade de formacao e capacitacao dos profissionais de saude. E necessaria a modificacao do processo de trabalho desses profissionais a fim de transpor o paradigma hegemonico (hospitalocentrico/biomedico) para o paradigma social (ampliacao do conceito de saude). Logo, surge o conceito de Educacao Permanente em Saude (EPS) que reconhece que e no cotidiano do trabalho que o profissional tem o potencial de se colocar em reflexao quanto a sua pratica, alem de colaborar para a organizacao do processo de trabalho da equipe. O Curso de Especializacao em Atencao Basica em Saude da Familia da Universidade Federal de Minas Gerais traz essa modalidade educativa como eixo condutor do processo ensino-aprendizado dos alunos medicos, enfermeiros e cirurgioes-dentistas da atencao primaria a saude, valorizando a aprendizagem significativa e a problematizacao como concepcoes pedagogicas. O objetivo desse estudo foi conhecer as experiencias de educacao permanente em saude, bem como as facilidades e dificuldades, para a organizacao do processo de trabalho cotidiano na perspectiva dos egressos desse curso. A metodologia proposta foi um estudo descritivo com abordagem qualitativa, desenvolvido por meio de entrevistas, em um roteiro semiestruturado, aos egressos desse curso e que atuam na Estrategia de Saude da Familia das microrregioes de Vicosa/MG e Ponte Nova/MG. Essas entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas pelo conteudo na modalidade tematica proposto por Bardin. O resultado despontou um movimento de acoes que estao sendo realizadas a fim de trabalharem a EPS como: capacitacoes para a equipe, reunioes para a organizacao do processo de trabalho e as acoes de educacao em saude. Entre as facilidades observadas foi notoria a colaboracao do curso de especializacao como potencial na provocacao de mudancas no cotidiano do processo de trabalho destes sujeitos de pesquisa. Alem disso, as parcerias realizadas, citando como exemplo a instituicao formadora, a Universidade Federal de Vicosa; o trabalho em equipe e a vinculacao dos profissionais com o municipio e comunidade. Quanto as dificuldades, foram destacadas: a sobrecarga dos profissionais da enfermagem; a desorganizacao do processo de trabalho da equipe; a falta de motivacao de alguns profissionais; a falta de integracao da equipe de saude bucal com os outros integrantes da equipe; e a manutencao das concepcoes do antigo modelo. Vale ressaltar que ainda sao incipientes as acoes para o controle social incorporado ao processo de educacao permanente em saude. Esperamos que esse estudo possa contribuir para a consolidacao do processo da EPS, alem de trazer contribuicoes ao Curso de Especializacao em Atencao Basica em Saude da Familia e demais processos educativos similares vigentes no Brasil e no mundo. Assim, favorecendo essa reflexao permite o (re) conhecimento da EPS como politica que orienta a formacao e a qualificacao destes trabalhadores, apoiando os processos de mudanca e a implantacao da Reforma Sanitaria e a construcao do Sistema Unico de Saude, para um melhor atendimento as necessidades de saude dos cidadaos.
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