Tempos Sociais e o Mundo Contemporâneo - As crises, As Fases e as Ruturas

2015 
O proverbio ingles “nada e certo exceto a morte e os impostos”4 ilustra, de uma forma sardonica, o sentimento humano da inevitabilidade da morte. No entanto, a sociedade contemporânea faz esforcos, mais ou menos conscientes, para arredar a morte do seu quotidiano. Na Idade Media, e ate ao Romantismo, a morte era encarada simplesmente como mais uma etapa da vida humana; atualmente ela e um acontecimento que se esconde e se procura afastar da vivencia social diaria. Contudo, como seria possivel esconder-se algo tao poderoso como a morte? Como o proverbio reproduzido atras indica, a presenca da morte e uma constante na vida. Nao obstante, a sociedade criou mecanismos que permitem lidar com a morte de maneira a torna-la algo que nao fere diretamente: existem praticas que protegem desse contacto direto, sendo uma morte mais suave a que chega depois de mediada. Se o fato de nao se lidar com a morte diretamente no quotidiano e bom ou mau para o ser humano, enquanto especie mortal, nao esta em discussao neste trabalho. Este texto procura, em primeiro lugar, identificar, descrever e compreender os elementos que deram origem a atitude contemporânea perante a morte, tendo por base principalmente os estudos de Aries (1988), mas tambem as reflexoes de Giddens (1991) e Stone (2009a, 2009b) sobre a morte na atualidade. Tendo por base o paradoxo da morte ausente/presente de Stone (2009b), segundo o qual a morte e sequestrada do quotidiano dos individuos, mas continua presente atraves de um conjunto de meios, chamados mediadores da morte. A investigacao prossegue com a identificacao e descricao desses mediadores, com recurso aos trabalhos de Durkin (2003) e Walter (2009).De seguida, partindo dos estudos de Stone (2009a, 2009b, 2011, 2013) e das consideracoes de Foucault (1967), explora-se, em maior profundidade o papel do Turismo, em particular o turismo negro, como um dos mediadores da
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