EFEITO DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA ESPECÍFICO (PECMT) E DOMICILIAR (PDCMT) NA FORÇA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE DOS MEMBROS INFERIORES EM INDIVÍDUOS COM A DOENÇA DE CHARCOT-MARIE-TOOTH TIPO 1
2019
Introducao: A doenca de Charcot-Marie-Tooth (CMT) apesar de ser considerada uma doenca rara, e a neuropatia periferica hereditaria mais comum, com prevalencia estimada entre 1 em 2.500. A doenca de CMT acomete fibras sensitivas e motoras e suas principais manifestacoes clinicas sao atrofia e fraqueza muscular associada a reducao da sensibilidade, perda dos reflexos tendinosos e comprometimento da propriocepcao. As formas mais comuns da doenca de CMT sao classificadas como tipo 1 e tipo 2. A CMT tipo 1 e responsavel por mais de 50% dos casos e apresenta heranca autossomica dominante com expressiva reducao da velocidade de conducao nervosa (forma desmielinizante). Objetivo: Avaliar o efeito de um protocolo de tratamento fisioterapeutico especifico (PECMT) e domiciliar (PDCMT) na forca muscular e flexibilidade dos membros inferiores em individuos com a doenca de CMT tipo 1. Metodologia: Trata-se de um ensaio clinico piloto, aberto, do tipo quase experimental de abordagem quantitativa. A amostra foi por conveniencia, composta por sete individuos pertencentes a uma mesma familia do municipio de Pedrinhas-SE com diagnostico confirmado da doenca de CMT tipo 1 e faixa etaria entre 16 a 65 anos. Inicialmente foi realizada uma avaliacao cinetico-funcional seguida de aplicacao de um protocolo experimental de intervencao fisioterapeutica (PECMT) que contou com 24 sessoes de fisioterapia divididas em tres sessoes por semana em um periodo de oito semanas, com cerca de 60 minutos de duracao cada. Posteriormente os pacientes passaram a ser orientados para a realizacao de um programa domiciliar de exercicios (PDCMT). Todos os pacientes foram avaliados em um momento inicial (AV1), na 8o semana quando encerrou o PECMT (AV2) e apos seis meses do termino do tratamento domiciliar (PDCMT) (AV3). Para avaliacao da forca muscular foi utilizado o dinamometro manual digital (modelo micro FET 2 TM, Hoggan, USA) com forca isometrica calculada em quilograma-forca (Kgf) e para amplitude de movimento (ADM) foi utilizado o fleximetro da marca Sanny. Resultados: Durante avaliacao da forca muscular, apos a PECMT houve diferenca significativa nos musculos extensores, flexores e abdutores do quadril, flexores do joelho do lado direito (LD) e dos musculos que movimentam o tornozelo. Apos o protocolo domiciliar, os musculos que mantiveram a forca adquirida foram: os abdutores do quadril, extensor do quadril do lado esquerdo (LE), flexor de joelho do LD e todos os grupos musculares envolvidos na movimentacao do tornozelo. Em relacao a ADM, apos o PECMT todos os grupos musculares apresentaram um aumento significativo da ADM passiva e ativa do quadril, com excecao da flexao passiva de quadril (LD). Apos o PDCMT, foi observada uma reducao significativa da ADM ativa de todos os grupos musculares, exceto dos flexores de quadril (LD). Em relacao a amplitude de movimento articular do tornozelo (ADM) foi verificado uma melhora significativa apos o PECMT, contudo, somente os musculos eversores e inversores do tornozelo mantiveram a melhora do ganho apos os exercicios domiciliares. Conclusao: Atraves do presente estudo pode-se evidenciar que individuos com CMT1 obtem melhora significativa na forca muscular e flexibilidade quando submetidos a um programa especifico de fisioterapia.
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