Estudo do fenomeno "trinca de reaquecimento" com auxilio da emissão acustica

1996 
O fenomeno "Trinca de Reaquecimento" pode ocorrer em juntas soldadas de certos materiais, tanto na zona afetada pelo calor como na zona fundida, durante o Tratamento Termico de Alivio de Tensao (TTAT) ou em servico a elevada temperatura. Neste trabalho, foi implementado um Sistema de Medicao de Emissao Acustica (SMEA) para detectar o instante de formacao e propagacao da trinca de reaquecimento durante ciclos de TTAT. O SMEA foi acoplado a um equipamento para o Teste de Implante Modificado que realiza simulacoes tipicas do ciclo de TTAT aplicados em juntas soldadas. Com esta configuracao foi estudada a influencia da tensao de restricao, da temperatura de tratamento termico e da taxa de aquecimento do ciclo termico na susceptibilidade a trinca de reaquecimento, no nivel de relaxacao de tensao e na transicao dos modos de fratura proporcionada pela trinca. Este estudo foi realizado em um aco estrutural de alta resistencia e baixa liga, temperado e revenido (SAR 80T), de producao comercial. Foram realizados testes com variacoes do patamar de temperatura, da taxa de aquecimento e da tensao de restricao inicial, mantendo-se constante as condicoes de soldagem, realizadas pelo processo MAG. Verificou-se com a realizacao dos testes que o material de estudo apresentou uma alta susceptibilidade a trinca de reaquecimento, mesmo com variacoes nas condicoes de TTAT. A susceptibilidade a trinca de reaquecimento e a relaxacao de tensao do aco em estudo nao se alteraram significativamente com a variacao na taxa de aquecimento. As superficies fraturadas foram analisadas por microscopia eletronica de varredura (MEV), onde basicamente dois modos de fratura foram identificados. Para temperaturas de tratamento termico entre 500° e 600°C foi observado o modo de Fratura Intergranular de Baixa Ductilidade (FillD), de coesao fragil, independente do nivel de tensao de restricao inicial.Em mais alta temperatura (680°C) e baixo nivel de tensao de restricao foi observado o modo de Fratura Intergranular de Microvazios Coalescidos (FIMC), caracterizado pela presenca de pequenos "dimples" nos contornos de graos. Desta analise conclui-se que a transicao de um modo de fratura para o outro depende principalmente do patamar de temperatura do ciclo de TTAT. O SMEA mostrou-se adequado na determinacao do instante de formacao e propagacao da trinca de reaquecimento no modo de FillD. Nao foi possivel detectar com clareza o instante de formacao e propagacao da trinca de reaquecimento no modo de FIMC Abstract
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