Sociologia no Ensino Médio: Heteronormatividade no âmbito Escolar

2018 
A construcao de genero nao e natural, nem dada, e uma construcao cultural, porem, “a compreensao de que genero e sexualidade sao culturalmente construidos e nao naturalmente dados nao e imediata. Genero e sexualidade, assim como o proprio corpo, parecem simplesmente estar la, inscritos numa determinada anatomia, numa determinada regiao do cerebro ou, ainda, em alguma interioridade psicologia inata”. Portanto supoe-se, que o individuo ja tenha nascido com seu genero e sua sexualidade e, nesta suposicao ha a maneira correta de se portar de acordo com cada uma das suas opcoes pre-determinadas, ou voce e uma femea e devera se portar como uma mulher, ou e um macho e devera se portar como um homem. O objetivo desse trabalho e descrever os resultados parciais do acompanhamento de alunas transgenero durante o estagio curricular de uma Escola Publica de Ensino Medio - EJA, na zona Leste de Porto Alegre durante o primeiro semestre de 2017. O estudo fora realizado a partir de referencias e conceitos obtidos principalmente das autoras Judith Butler e Guacira Lopes Louro. Durante o estagio curricular a aluna Raquel (nome ficticio), fazia parte de uma turma de terceiro ano. Raquel causava desconforto com sua presenca marcante e excentrica. Seu comportamento e aparencia causavam constrangimento. Ela sofria criticas incisivas por seu comportamento, principalmente a sua aparencia que causava desconforto e era considerada vulgar, tanto por discentes como por docentes. Raquel nao estava dentro dos padroes da norma de beleza, estava acima do peso, usava uma peruca pois era careca, e sua peruca nao parecia um cabelo natural, sua voz era grave e ela tentava deixa-la o mais doce possivel, mas ainda assim era possivel notar que todos a viam como uma tentativa de “ser uma mulher” e nao como uma mulher de fato. Raquel estava passando pelo processo de transicao entao seu nome social comecou a valer um tempo depois que eu ja era sua professora, mas por respeito sempre a chamei pelo nome que ela pediu. Todavia, os demais professores ainda a chamavam pelo nome de registro, os colegas faziam piadas e ela estava sempre em constante julgamento por todos. A partir do que foi observado durante o periodo considerado pode-se dizer que a heteronormatividade atinge todos os âmbitos, todos os generos, todas as sexualidades. Ela esta riscada no nosso modo de agir, de andar, de falar, de se vestir, de se portar. Toda a midia que assistimos, os assuntos nos quais falamos, as nossas comparacoes amplamente repetidas em dialogos cotidianos como “isso e coisa de homem”, “mulher e tudo igual”. Tudo esta carregado de um padrao heteronormativo, independente de qual seja minha opcao sexual. Mesmo alguem que se descobre transsexual, recorre a algumas performances para que possa definir seu genero e apresenta-lo socialmente. Transgenero; Heteronormatividade; Escola.
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