AVALIAÇÃO DOS DESFECHOS CLÍNICOS COM USO DA TERAPIA ANTIMICROBIANA: POLIMIXINA B

2014 
Este estudo tem como objetivo a avaliacao dos desfechos clinicos com a utilizacao da Polimixina B, antibiotico que vem sendo cada vez mais utilizado frente as necessidades atuais de terapia antimicrobiana. Foi desenvolvido na decada de 40 para o tratamento de bacilos gram-negativos (BGN) e, entrou em desuso devido a sua toxicidade, principalmente renal. Apesar deste crescente uso permanece pouco entendidos a sua real eficacia e seu perfil de toxicidade (ZAVASCKI et al., 2010, p.71). Dentre os desfechos clinicos analisados incluiram-se a mortalidade em 30 dias e a ocorrencia de lesao renal aguda (LRA). Essa avaliacao foi feita por meio de uma coorte retrospectiva, baseada na coleta de dados do prontuario medico de pacientes adultos, internados no Hospital Universitario de Santa Maria (HUSM), que receberam Polimixina B por mais de 48 horas. Para avaliacao da nefrotoxicidade foram utilizados os criterios Risk Injury Failure Loss Endstage renal disease(RIFLE). O diagnostico das infeccoes foi feito conforme os criterios da Agencia Nacional de Vigilância Sanitaria (ANVISA). Foram avaliados 53 pacientes, com idade media de 56 anos, sendo 29 (55%) homens. Ocorreu LRA em 25 (47%) participantes, com media de inicio de 8,5 (±4,9) dias. Em trinta dias, 12 (48%) dos pacientes apresentaram melhora da funcao renal a niveis pre-tratamento. Doses superiores a 25 mg/Kg/dia e funcao renal previa normal, tiveram correlacao positiva com a piora renal. Quanto ao desfecho clinico observamos que 29 (55%) tiveram um desfecho favoravel em 14 dias. Dezoito (34%) participantes faleceram em 30 dias apos o inicio do tratamento. Como fatores de risco para o obito foram encontrados o uso combinado com outra droga ativa para BGN resistente a carbapenemicos (p-valor 0,028, RR 13 IC 1,3-130), e escore SOFA superior a oito (p-value <0.029, RR 15 CI 1,3 to 179). Conclui-se com base nesses achados, que a mortalidade relacionada com uso da Polimixina B e dependente do grau de co-morbidades apresentado pelo paciente (escore SOFA) e do uso ou nao de terapia combinada. Podendo esse ultimo achado dever-se a um vies de gravidade da infeccao. Quando a nefrotoxicidade encontrou-se que e um agente com potencial nefrotoxico, e que a ocorrencia da LRA e influenciada pela dose diaria prescrita. O fato da LRA ter sido mais frequente em pacientes sem lesao renal previa corrobora com a hipotese de que um maior cuidado com outros fatores causadores de LRA pode diminuir sua ocorrencia em pacientes que utilizam Polimixina B.
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