Avaliação de métodos genotípicos e caracterização de heterorresistência em pacientes com tuberculose

2018 
A dificuldade em detectar resistencia na tuberculose pode levar a um tratamento inadequado e a falha terapeutica e aumentar a disseminacao de bacterias resistentes, o que pode gerar a heterorresistencia. A coexistencia de isolados sensiveis e resistentes aos farmacos em um mesmo individuo e considerada a etapa preliminar para a resistencia total. O objetivo foi avaliar o desempenho de diferentes metodos genotipicos para deteccao da heterorresistencia do Mycobacterium tuberculosis aos farmacos rifampicina e isoniazida e sua caracterizacao. Foram incluidos 654 isolados do M. tuberculosis provenientes de pacientes do estado de Minas Gerais no periodo de 2009 a 2017. O GenoType MTBDRplus® e o sequenciamento dos genes rpoB, katG e inhA foram utilizados na deteccao da heterorresistencia e Mycobacterial Interspersed Repetitive-UnitVariable-Number Tandem Repeat (MIRU-VNTR) para caracterizacao de infeccao mista e heterogeneidade clonal em isolados heterorresistentes. Dos 654 isolados, 520 eram sensiveis e 134 resistentes, e desses, 29 apresentaram heterorresistencia a rifampicina e/ou isoniazida. O GenoType detectou a heterorresistencia em 26/29 (89,7%) no rpoB, 5/29 (17,2%) no katG e 2/29 (6,9%) no inhA, sendo tres isolados concomitantes tanto no rpoB quanto no katG. Em um isolado a heterorresistencia estava presente nos tres genes. O sequenciamento detectou a heterorresistencia em 7/29 (24,1%) no rpoB, 3/29 (10,3%) no katG e nenhuma no inhA. Em um isolado, a heterorresistencia foi concomitante nos genes rpoB e katG. O MIRUVNTR detectou infeccao mista em tres isolados heterorresistentes, apresentando dois alelos distintos em dois ou mais loci sugerindo a presenca de duas linhagens diferentes, sendo 2/3 Ugandal/Haarlem e 1/3 LAM/Ugandal. A heterogeneidade clonal ocorreu em quatro isolados que apresentaram dois alelos distintos em apenas um loci e demonstrou ser da linhagem LAM. O perfil sociodemografico dos pacientes com isolados heterorresistentes foi predominantemente do sexo masculino 23/29 (79,3%), com a faixa etaria entre 35 a 59 anos 20/29 (69%) e da raca/cor negra 17/29 (58,6%). O alcoolismo foi a principal comorbidade 12/29 (41,4%). A cura em pacientes ocorreu 15/29 (51,8%), o abandono do tratamento em 5/29 (17,3%), obito por TB em 3/29 (10,3%), 2/29 (6,9%) em tratamento, 1/29 (3,4%) obito por outras causas e 3/29 (10,3%) o desfecho nao foi conhecido. O GenoType foi metodo genotipico que mais detectou a heterorresistencia. O MIRU-VNTR demonstrou infeccao mista e heterogeneidade clonal. Dos pacientes que apresentaram heterorresistencia a maioria realizou tratamento previo e tinha historia de abandono.
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