SEBASTIÃO SALGADO, OU A LÓGICA ENERVANTE DO COLONIALISMO TARDIO

2018 
No dia 22 de setembro de 2016, o fotografo Sebastiao Salgado recebeu na Universidade Federal do Acre (UFAC), o titulo de doutor honoris causa , e ministrou uma palestra, com o titulo “Sebastiao Salgado – Uma Historia de Vida”. Neste trabalho, pretendemos discutir de forma critica o papel de Salgado. Inicialmente, analisaremos o ritual performatico de preparacao da palestra, sustentando a hipotese de que esse ritual tenha uma funcao liminar, instrumental a entrada do publico em uma dimensao transcendental, onde, conforme a formulacao do carnavalesco proposta por Bakhtin, questionamentos, criticas e duvidas sao suspensas. Secundariamente, a partir da palestra de Salgado na UFAC, problematizaremos a discrepância entre as posturas esquerdistas que ele promove e o seu envolvimento em projetos corporativos de imenso impacto negativo, tanto ambiental quanto humano. Outrossim, com foco no trabalho de Gerson Albuquerque et al, tentaremos identificar o amazonialismo estereotipado e essencialista contido no discurso de Salgado. Finalmente, nos concentraremos no trabalho fotografico e audiovisual apresentado ao final do evento, apos a palestra: em particular, questionaremos a sexualizacao e a racializacao dos sujeitos indigenas que comparecem nas fotos. Com base nos estudos de Jameson sobre a logica do capitalismo tardio, concluiremos que Salgado, usurpando codigos e signos que pertencem a esfera simbolica da decolonialidade, se impoe violentamente como tardo perpetrador/promotor de uma opressao colonial que persiste ha 500 anos.
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