AS RELAÇÕES DE PODER E O SISTEMA EDUCACIONAL: AS COTAS SOCIAIS COMO UM MECANISMO DE RUPTURA

2019 
Este ensaio teve como objetivo mostrar que as cotas sociais para o ingresso nas universidades federais se justificam nao apenas em virtude do ensino publico medio e basico deficitario, mas tambem em virtude das relacoes de poder que o sistema educacional brasileiro contribui para institucionalizar. Para tanto, o sistema escolar impoe determinado patrimonio cultural, alem de contribuir para que haja uma reproducao das classes sociais, sendo que esses mecanismos se relacionam diretamente. Em virtude de tais aspectos, as cotas sociais se justificam por facilitar aos menos favorecidos o acesso ao conhecimento. Assim, proporcionam mudancas na ordem anteriormente vigente, envolta pelas relacoes de poder relacionadas ao sistema educacional, uma vez que antes da lei 12.711/2012 as vagas das universidades federais eram majoritariamente preenchidas por individuos das classes mais favorecidas, acarretando em um ciclo vicioso que favorecia a manutencao das classes. As instituicoes superiores foram fundadas no Brasil para atender aos individuos da elite brasileira, e nota-se que permaneceram tracos historicamente enraizados dessa relacao de poder quanto ao ensino superior. Como resultado, houve uma insatisfacao de membros das classes mais favorecidas, ao depararem com a ampliacao da oportunidade de individuos das classes desfavorecidas ingressarem nas universidades federais. Acredita-se que essas identificacoes de como essas relacoes de poder estao intrinsecas no sistema educacional possibilita iniciar discussoes de fatores que nao sao facilmente identificados, mas que propiciam a compreensao dos motivos que ocasionaram divergencias no meio social em virtude da sancao da Lei das Cotas Sociais.
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