INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM IDOSOS: O DESAFIO MÉDICO NA PRESCRIÇÃO EM PACIENTES POLIFARMÁCIA

2020 
INTRODUCAO: Estatisticas sociais demonstram aumento da expectativa de vida dos brasileiros nos ultimos anos. Estudos demograficos das Tabuas Completas de Mortalidade, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), evidenciaram melhora nesses dados desde 2003, em que a expectativa de vida era de 71,3 anos¹, evoluindo para 74,9 anos em levantamento de 2010² e, em 2018, pesquisa mais recente, os resultados denotaram aumento da media para 76,3 anos.³ Apesar desta melhora estatistica, ha predominio de habitos deleterios como sedentarismo, alimentacao inadequada, etilismo e tabagismo, que contribuem para o aumento da incidencia e prevalencia de doencas e agravos nao transmissiveis. Concomitantemente, os avancos da industria farmaceutica possibilitam novas alternativas para as demandas de saude da populacao em envelhecimento, com consequente aumento das prescricoes e da polifarmacia, resultando em reacoes adversas de grande impacto no tratamento: as interacoes medicamentosas. ⁴ Estas caracterizam-se como um evento clinico que pode ser desejavel, com potencializacao ou aumento da eficacia; ou nao desejavel, com aumento da toxicidade, diminuicao do efeito esperado ou idiossincrasia. ⁴ Isto posto, esta revisao tem como objetivo a discussao das possiveis interacoes medicamentosas, a fim de aprimorar o conhecimento medico acerca da complexidade dos pacientes polifarmacia, visando a promocao, por meio de apoio estruturado e uniformizado em forma de cartilha, para prescricao mais consciente, reduzindo efeitos indesejados em idosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisao de literatura, com base em estudos originais, trials e revisoes, com ou sem sistematizacao , publicados entre os anos de 2015 e 2020, em ingles e portugues. A busca se deu nas bases de dados Medline e SciELO, valendo-se dos descritores “Drug-Drug Interactions”, “Elderly” e “Polypharmacy”, resultando em 380 artigos na base Medline e 15 artigos na base SciELO, dos quais foram selecionados 6 da primeira base e 9 da segunda, por se adequarem aos requisitos e por serem relevantes para a analise e a discussao. Dados estatisticos do IBGE tambem foram incluidos na construcao desta revisao. RESULTADOS E DISCUSSOES: O conceito de polifarmacia, apesar de controverso, e amplamente discutido. Considera-se como o uso de pelo menos uma medicacao nao necessaria ou o uso de cinco ou mais medicacoes simultaneamente. ⁵ De 25 a 50% dos pacientes com 75 anos ou mais podem ser enquadrados nesta definicao. ⁶ Uma das variaveis que reforca a problematica e o desenvolvimento continuo e cada vez mais avancado de farmacos, acarretando em prescricoes e combinacoes mais complexas em sincronia com o envelhecimento populacional, o que dificulta o reconhecimento de efeitos adversos e possiveis interacoes medicamentosas. ⁴ Nestas, os efeitos e/ou a toxicidade dos farmacos sao possivelmente potencializados ou reduzidos na presenca de alimentos, bebidas, agentes quimicos ambientais ou outros medicamentos, inclusive, fitoterapicos. ⁷ Consoante a isso, os idosos manifestam alteracoes fisiologicas tipicas da senescencia, especialmente relacionadas ao trato gastrointestinal, como a alteracao no pH e na motilidade gastrica, junto a diminuicao em ate 30% da massa e do fluxo sanguineo hepatico. ⁸ Estes fatores justificam a atencao redobrada para que essa populacao seja tratada de acordo com suas individualidades, uma vez que nao apenas essas mudancas influenciam diretamente na eficacia e metabolizacao das medicacoes ⁸ , como tambem ha de se considerar os efeitos bioquimicos antagonicos entre certas classes farmacologicas. ⁹ Considera-se, ainda, que os idosos necessitam de atencao especial no que tange a dificuldade de verbalizar suas dores e sintomas que as interacoes farmacologicas podem vir a causar, devido a presenca de demencia e/ou multiplas comorbidades, as quais contribuem para mascarar sinais de significância clinica, dificultando intervencoes terapeuticas pertinentes.¹o CONCLUSAO: A vista disso, evidencia-se o quao desafiador e o reconhecimento de sinais e sintomas de interacoes medicamentosas em idosos, bem como a prescricao individual, atentando- se a polifarmacia. Deste modo, sugere-se elaboracao de cartilha simples e exequivel contendo os principais farmacos utilizados neste intervalo etatico e suas interacoes, de modo a auxiliar o medico na escolha e associacao de medicamentos. Ademais, e imprescindivel a orientacao ao paciente e familiares da forma correta de ingestao destes, tendo em vista a dificuldade no reconhecimento de possiveis interacoes medicamentosas e repercussoes clinicas indesejadas em idosos, populacao que, devido a particularidades tipicas da senescencia, caracterizam desafios em prescricoes seguras.
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