O DIREITO À CIDADE ARBORIZADA: A ARBORIZAÇÃO URBANA COMO INDICADOR DA SEGREGAÇÃO SOCIOECONÔMICA EM BELÉM DO PARÁ

2020 
A constituicao de areas verdes em Belem do Para sempre esteve associada as dinâmicas socioeconomicas que consolidaram o binomio centro-periferia. Destarte, este estudo relacionou qualitativamente a implantacao e manutencao de espacos verdes urbanos aos perfis socioeconomicos da “cidade das mangueiras”, investigando se a arborizacao planejada estaria associada a dinâmica imobiliaria de areas economicamente atrativas. Metodologicamente, utilizou-se uma compilacao de pesquisas sobre a arborizacao urbana juntamente com registros georreferenciados para constatar a dicotomia socioambiental existente. Os resultados indicaram que areas centrais possuem sistemas arboreos planejados e de grande porte, demarcando paisagisticamente territorios elitizados. Ademais, identificou-se que o atual desenvolvimento arboreo e delineado por interesses imobiliarios de capitalizacao do solo urbano, produzindo espacos verdes como instrumentos de valorizacao e distincao socioeconomica - fenomeno denominado privilegio verde. Nas periferias, a arborizacao e nao planejada, pontual e arbustiva, dificultando a criacao de espacos socioambientais adequados, destacando que a ocorrencia arborea disforme desenvolve problemas de saude publica, lazer e incompatibilidade com as redes de infraestrutura. Assim, concluiu-se que o direito a cidade arborizada, derivacao ecologica da teoria de Lefebvre (1991), distancia-se da realidade belenense ao evidenciar o privilegio verde sobreposto as politicas publicas de bem-estar socioambiental, indicando a concepcao de um modelo dicotomico de urbanizacao.
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