Seguimento pós-tratamento de pacientes com câncer da mama: quando e como orientar?

2000 
A necessidade e a forma de seguimento de pacientes com câncer da mama e assunto controverso. Ha enorme variacao, entre profissionais, sobre quais exames solicitar e periodicidade das consultas. Alguns procedimentos, hoje feitos de rotina, nao tem o suporte da evidencia cientifica. Do ponto de vista de controle loco-regional, orientar a paciente para auto-exame das mamas e consultas a cada 4 a 6 meses com mamografia anual, formam um conjunto de orientacoes bastante consensual e eficiente. O aspecto menos definido refere-se a pesquisa, de rotina, de metastases hematogenicas em pacientes assintomaticas e tratadas com intencao curativa. Este assunto tem sido recentemente discutido com opinioes bem antagonicas. Aparentemente a solicitacao de varios exames de laboratorio e radiologicos, de rotina, possibilita fazer diagnostico de falha a distância um pouco mais precocemente, mas nao ha evidencias que isso mude a sobrevida global. Pelo enorme numero de pacientes, a solicitacao de exames de rotina tem um alto custo. Alem disso, em geral, estes exames deixam as pessoas ansiosas. Pelo menos dois estudos prospectivos e randomizados europeus, comparando a sobrevida de pacientes assintomaticas seguidas com exames usuais de rotina, versus seguimento mais orientado por queixas, mostram igualdade de sobrevida. O mesmo cabe para os atuais marcadores inespecificos. Para pacientes que nao participam de estudos prospectivos, o que significa a maioria dos casos, seguimento com exame clinico e solicitacao de exames basicamente quando os sintomas exigirem, e uma boa alternativa quando se considera custo/beneficio.
    • Correction
    • Source
    • Cite
    • Save
    • Machine Reading By IdeaReader
    0
    References
    0
    Citations
    NaN
    KQI
    []