Bem-estar psicológico entre travestis e mulheres transexuais no Estado de São Paulo, Brasil
2019
Resumo: O objetivo do trabalho foi estimar fatores associados ao bem-estar psicologico de travestis e mulheres transexuais. Estudo transversal com 602 travestis e pessoas transexuais em sete municipios do Estado de Sao Paulo, Brasil entre 2014 e 2015. Foi realizada selecao amostral com abordagem consecutiva e tecnica bola de neve. A variavel dependente foi bem-estar psicologico (WHOQOL-BREF) e as independentes foram: caracteristicas sociodemograficas, modificacoes corporais, condicoes de saude, violencia e encarceramento. A analise de variância multipla foi usada para identificar os fatores associados. A maioria tinha cor da pele preta ou parda e entre 25 e 39 anos de idade, ate o Ensino Medio completo, renda individual de ate dois salarios minimos e trabalhava, sendo 42,3% profissionais do sexo. Cerca de um quarto ja foi presa. Em torno de um quarto fazia tratamento para HIV. O escore medio observado foi de 63,2 (IC95%: 61,8-64,6). Na analise multipla, estiveram associados ao menor bem-estar psicologico: nao ter endereco fixo, ter menor escolaridade, estar insatisfeita com as relacoes pessoais, suporte de amigos ou procedimentos transexualizadores realizados e ter sofrido violencia verbal ou sexual. Enquanto piores condicoes de vida e de exposicao a violencia prejudicam o bem-estar psicologico de travestis e mulheres transexuais, a possibilidade de realizar transformacoes corporais desejadas e o respeito ao nome social interferem positivamente na avaliacao que fazem de suas vidas.
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