A PEDAGOGIA DO EMPAREDAMENTO E O NÃO-DIREITO A BRINCAR COM A NATUREZA

2017 
Este trabalho aborda o direito das criancas a interacoes com o universo natural. Suas referencias teoricas estao em Spinoza, Maturana e filosofias de povos tradicionais latino-americanos que consideram a natureza como a substância unica de que todas as coisas sao modos de expressao; que entendem as criancas como seres que se constituem em conexao com outros seres (humanos e nao-humanos), e que se potencializam neste estado de conexao. Escrito a partir de dados de pesquisa empirica sobre relacoes entre criancas e elementos da natureza; e referenciado em definicoes das DCNEI/2009, DCNEA/2012 e DNEDH/2012, o texto apresenta resultados de estudo de documentos oficiais brasileiros que sao orientadores da Educacao Infantil no Brasil. A analise revela que pressupostos ontologicos, epistemologicos e antropologicos da modernidade fundamentam a pedagogia do emparedamento. A premissa antropocentrica divorciada ilumina a maioria dos documentos: o foco esta nas criancas, a natureza e cenario onde humanos mentais atuam. Elementos naturais (praias, florestas) sao colocados numa mesma ordem de importância que bens culturais (pracas, jardins), e tomados simplesmente como dimensoes culturais que possibilitam contexto educativo. Revelando uma perspectiva racionalista e utilitarista, o contato serve para construir nocoes ou promover bem-estar. Estao ausentes as concepcoes de crianca como ser da cultura e, simultaneamente, da natureza; e de que ha relacoes entre sentir-se parte dela e protege-la.
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