O cuidado na saúde da família entre autonomia e dominação: vivências de sofrimento moral em enfermeiros

2016 
Estudo tem como objetivo compreender as vivencias de sofrimento moral de enfermeiros na saude da familia. Pesquisa qualitativa, realizada em um municipio da regiao metropolitana de Belo Horizonte. Participaram 13 enfermeiros da estrategia saude da familia. Os dados foram coletados por meio de entrevista aberta e o corpus de analise  foi os depoimentos dos participantes. Os dados foram analisados a luz do metodo filosofico conceitual. Os resultados evidenciam vivencias de angustia/sofrimento moral em enfermeiros da saude da familia ao serem impelidos pela gestao a operar um modo de fazer saude que fortalece praticas de dominacao e dependencia dos sujeitos em detrimento da autonomia e responsabilizacao. Os enfermeiros julgam moralmente inadequada tal pratica, mas sao os atores responsaveis por operacionalizar esta pratica. No que tange a bioetica da protecao, percebe-se que tem havido um esforco em garantir o acesso aos servicos de saude. Entretanto, a despeito da autonomia dos sujeitos e d o processo de conscientizacao para mudancas sociais inscrito no paradigma da bioetica da protecao, evidencia-se a perpetuacao de uma logica de dominacao e docilizacao dos sujeitos. Assim, a organizacao do trabalho tem como foco produzir dados quantitativos para alcancar metas de modo que imprime uma logica que torna a equipe de saude responsavel, de forma exclusiva, pelo processo de viver e adoecer das pessoas, gerando sofrimento moral nos enfermeiros, os quais agenciam esse modo de fazer saude sem, no entanto, concordar moralmente com suas primicias.
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