PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS GESTANTES COM SÍFILIS NO ESTADO DE SERGIPE.

2018 
Introducao: A sifilis e uma doenca infecto-contagiosa causada pela bacteria Treponema pallidum e cuja transmissao ocorre via sexual e via vertical na gestacao. Tem evolucao lenta e pode ser classificada em primaria, secundaria e terciaria. Se, apos a sifilis secundaria, nao houver tratamento, ha o desenvolvimento da fase latente. A fase latente ainda pode ser dividida em precoce (com menos de um ano da doenca) e tardia (apos mais de um ano da doenca).  Sua principal complicacao na ocorrencia em gestantes e a transmissao para o feto por infeccao transplacentaria, levando a sifilis congenita, que pode desencadear diversas complicacoes tais como surdez, cegueira e retardo mental. Sendo assim, o diagnostico precoce e o tratamento imediato devem ser realizados na gestante e no parceiro para evitar o desenvolvimento da sifilis congenita e a progressao da infeccao na mulher. Objetivo: Identificar o perfil das gestantes portadoras de sifilis registradas em Sergipe no periodo de 2012 a 2016. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa, com base em dados coletados no Departamento de DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS, referentes as mulheres gestantes com sifilis nesse periodo. Resultados: De acordo com os dados obtidos, foram notificados 1400 casos de Sifilis em gestantes entre os anos de 2012 e 2016. Em relacao a idade gestacional de diagnostico, 631 casos foram detectados no segundo trimestre gestacional. A faixa etaria mais acometida foi entre 20 a 29 anos, representando 49,4% dos casos, seguida da faixa dos 30 aos 39 anos com 25,7% do total. As gestantes avaliadas neste estudo tinham em sua maioria entre a 5a e a 8a series incompletas. A cor/raca mais acometida correspondeu as mulheres pardas (70,5%). A sifilis latente representou 1019 casos, refletindo 72,8% do total, seguida da sifilis primaria com 139 casos. Quanto ao tratamento, ate o ano de 2015, ha dados de 1192 pacientes que realizaram o esquema basico com Penicilina, enquanto 33 casos nao se submeteram ao tratamento. Os dados de 2016 quanto ao tratamento ainda nao foram disponibilizados. Esses casos de sifilis em gestantes em Sergipe correspondem a 1,2% dos casos no Brasil neste mesmo periodo. Conclusao: Os dados encontrados neste estudo estao em consonância com os dados da literatura que afirmam que a sifilis e uma doenca ainda prevalente em nosso meio, apesar de haver esquema eficaz de tratamento disponivel. O aumento dos casos em gestantes e o maior risco de sifilis congenita refletem a pouca importância dada a essa doenca nesse publico, a falta de um pre-natal adequado e as falhas no diagnostico e no tratamento da sifilis na sociedade. Segundo dados da literatura, a fase latente precoce tem cerca de 40% de chance de transmissao vertical nas gestantes, em concordância com o nosso estudo que revelou que a fase latente representa a maioria dos casos no estado de Sergipe.
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