Cartografia clínica em plantão psicológico: investigação interventiva num projeto de atenção psicológica em distrito policial
2012
O texto apresenta pesquisa interventiva que investiga, sob perspectiva fenomenologica existencial, a trajetoria da retomada de um projeto de atencao psicologica num distrito policial utilizando-se de diarios de bordo. O atendimento psicologico ja realizado na instituicao envolvia representacoes construidas pelos policiais frente ao psicologo, porem novas configuracoes do trabalho denotavam novas possibilidades de acao clinica no projeto de atencao psicologica realizado em resposta a pedido do Conselho de Seguranca da zona oeste da cidade de Sao Paulo. Nesta interface, a atitude cartografica implicada no plantao psicologico, pela perspectiva fenomenologica existencial de Martin Heidegger, emergiu como metodologia para conhecer o contexto e, simultaneamente, constituir o campo interventivo. Partindo de discursos dos atores sociais, os plantonistas questionavam falas e modos de atuacao instituidos, entrelacando intervencao e pesquisa: investigavam experiencias que se configuravam na instituicao e abriam espaco para uma escuta clinica do vivido pelos policiais e comunidade atendida. Outras aproximacoes ocorriam pela intervencao direta em situacoes que emergiam no cotidiano. Esta cartografia clinica desvelou temas como relacoes institucionais, dificuldades de trabalho, lugares do psicologo, atendimento a comunidade. A atencao e afetabilidade aos sentimentos, percepcoes e atitudes frente ao plantao psicologico permitiram clarear cada situacao, circunscrevendo e criando condicoes para a acao psicologica. This interventional research, employing an existential phenomenology perspective and using a log-book, investigates the path developed from a primary psychological attention project at a police district in response to the Sao Paulo West Region Security Council demand. On one hand, the first attempt to comprehend the psychological practice involved some representations of the psychologist's role, constructed by the policemen. On the other hand, new configurations of the practice implicated new possibilities for the clinical action. In the midst of such interface, the cartographic attitude emerged as an appropriate methodology, by Martin Heidegger´s existential phenomenology perspective, to get acquainted to the context as well as to constitute the interventional field. Departing from the social actors' discourse, psychologists have questioned instituted modes of acting, trying to blend, at the same time, intervention and research: they investigated experiences that were conveyed in the institution, while opening space for clinical listening from the vivid experience coming from policemen and community attended by them. Other approaches occurred through direct intervention in everyday situations. Such clinical cartography revealed some set of themes: institutional relationships, job difficulties, psychologist's role, psychological attendance to the community. The attention and affectability to emotions, perceptions and attitudes before the psychological practice made possible to enlighten each situation, which enabled to circumscribe and create conditions for the psychological action.
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