História e percepção: notas sobre arquitetura e fenomenologia

2016 
A arquitetura fenomenologica nao possui talvez a solidez e a homogeneidade de uma escola ou de um movimento em sentido estrito, mas representa, no entanto, um vetor notavel do pensamento arquitetonico contemporâneo. Juntamente com as obras de Heidegger, as obras de Merleau-Ponty sao utilizadas com frequencia por aqueles que se reconhecem como representantes de uma arquitetura de inspiracao fenomenologica. Neste artigo sera analisado o papel que o pensamento de Merleau-Ponty desenrola nas obras e no pensamento de Juhani Pallasmaa e Steven Holl, autores que se destacam pela forca de seus trabalhos e pela determinacao de suas posicoes teoricas. Particular atencao se prestara a dupla oposicao que caracteriza a arquitetura fenomenologica, que se distancia com igual firmeza tanto do modernismo como do pos-modernismo. Estes autores, na reivindicacao da primazia do corpo vivido e da experiencia perceptiva, consideram ter encontrado um “antidoto” a ossificacao produzida pela racionalidade moderna, com seus espacos funcionais e inabitaveis, como tambem a celebracao da autorreferencialidade de um certo pos-modernismo, com seus edificios destinados essencialmente a serem contemplados pelos apreciadores. A partir dessa dupla oposicao, a arquitetura fenomenologica parece procurar um plano mais solido numa forte acentuacao da positividade da experiencia corporea e perceptiva, quando Merleau-Ponty parece empenhado, pelo contrario, em uma progressiva revisao destes aspetos.
    • Correction
    • Source
    • Cite
    • Save
    • Machine Reading By IdeaReader
    0
    References
    0
    Citations
    NaN
    KQI
    []