Avaliação da resposta imunológica de cães vacinados com a vacina FML (Leishmune®) e cães naturalmente infectados com leishmaniose visceral canina por meio de dois métodos sorológicos : ELISA e RIFI

2010 
A Leishmaniose Visceral Canina, doenca grave e fatal, tem o cao como o principal reservatorio do seu agente etiologico no meio urbano. Devido ao alto parasitismo cutâneo nestes animais, da quantidade de caes infectados, e do proximo convivio com o homem, as acoes desenvolvidas pelo Programa Brasileiro de Controle da Leishmaniose Visceral sao centradas no reservatorio canino, atraves da identificacao e eutanasia dos animais soropositivos. Sendo assim, a adocao de acoes profilaticas, com a utilizacao de vacinas nos caes, constituiria uma importante ferramenta para a diminuicao da doenca nestes animais, e consequentemente, da infeccao do vetor e da transmissao do agente. Alem disso, a adocao de medidas profilaticas, como o uso de coleiras impregnadas com deltametrina, repelentes de uso topico e vacinas, sao as unicas alternativas disponiveis atualmente para os caes, pois no Brasil, o tratamento de caes esta proibido desde a publicacao da Portaria Interministerial no 1.426, de 11 de julho de 2008. Apesar de disponivel desde 2004, a vacina Leishmune® ainda nao e amplamente utilizada no Brasil, principalmente devido a possibilidade dos caes vacinados apresentarem sorologia positiva em inqueritos epidemiologicos, nao sendo possivel diferencia-los dos infectados. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o perfil sorologico de caes vacinados e saudaveis que residem em areas endemicas, e de caes naturalmente infectados por Leishmania infantum/ chagasi, e avaliar a possibilidade de diferenciacao sorologica a partir dos metodos utilizados atualmente nos inqueritos epidemiologicos oficiais e nos laboratorios de diagnostico particulares: ELISA e RIFI com antigenos L. major-like, produzidos pelo Laboratorio Bio-Manguinhos e ELISA S7, produzido pelo Laboratorio Biogene. Todos os soros de caes foram testados nos tres metodos, e os resultados demonstraram que nenhum cao vacinado apresentou resultado positivo em mais de um teste. Apenas um cao vacinado (1/39) apresentou resultado de 1:40 na RIFI, e quatro caes (4/39) apresentaram resultado positivo no ELISA L. major-like. Nenhum soro de cao vacinado apresentou resultado positivo no ELISA S7. O unico resultado positivo na RIFI foi negativo nos outros dois metodos, e os quatro soros positivos no ELISA L. major-like foram negativos tanto na RIFI quanto no ELISA S7. Estes resultados sugerem reacoes falso-positivas, e demonstram que, de acordo com o Manual de Vigilância Epidemiologica, se os soros de caes vacinados forem testados em dois metodos (ELISA e RIFI), a possibilidade de um cao vacinado apresentar resultado positivo sera remota. Desta maneira, a vacinacao da populacao canina nao dificultaria as acoes atualmente empregadas para o controle da Leishmaniose Visceral, mas poderia, no futuro, ser somada as medidas ja adotadas, evitando assim a eutanasia de caes Abstract
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