Influência do estresse no pré-abate e durante o abate na qualidade do tambaqui (Colossoma macropomum) cultivado

2014 
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do estresse pre-abate e durante o abate em tambaquis procedentes de piscicultura, pesando em media 1,100±1,64 kg, que foram abatidos por asfixia com CO2 e por hipotermia em diferentes tempos amostrais (na despesca, apos transporte de 4h, recuperacao de 24 e 48h apos o transporte). Anteriormente aos abates, foram coletadas amostras de sangue para analises hematologicas e bioquimicas para averiguacao das respostas ao estresse. Foi verificado o indice do rigor mortis em todos os tempos amostrais, imediatamente apos a morte dos peixes, e a cada 15 minutos ate o aparecimento total do rigor, sendo acompanhada a saida do rigor diariamente. O estudo do tempo de vida util do tambaqui foi realizado a cada 7 dias, durante 49 dias de armazenamento em gelo, sendo efetuadas as seguintes analises: avaliacao sensorial, pH, N-BVT e textura instrumental. Os tambaquis mostraram respostas ao estresse quando submetidos ao transporte durante 4h, voltando a sua homeostase apos 24 e 48h de recuperacao desta pratica. As analises de glicose, lactato, amonia e proteinas apresentaram valores elevados logo apos o transporte, sendo significativas (p<0,05) entre os tempos amostrais testados. O indice de rigor mortis apresentou diferencas significativas (p<0,05) entre os tempos amostrais estudados, com relacao a entrada total em rigor e a saida do rigor. As amostras da despesca e do transporte apresentaram tempo de entrada em rigor mais rapido, quando comparados com aquelas apos os tempos de recuperacao de 24 e 48h. Com relacao ao metodo de abate, nao houve diferenca significativa (p<0,05), e somente no grupo do transporte, os peixes abatidos por hipotermia entraram em rigor mais rapido do que os peixes abatidos por asfixia com CO2. O pH apresentou diferenca significativa (p<0,05) entre os tempos amostrais, nao diferindo quanto aos metodos de abate. A analise sensorial apresentou-se como bom indice de avaliacao da qualidade, nao mostrando diferenca entre os metodos de abate testados. Porem foi observada diferenca significativa (p<0,05) entre os tempos amostrais, onde a despesca e o transporte apresentaram pior qualidade, comparado com a recuperacao de 24 e 48h. Os peixes dos tempos despesca e transporte foram considerados improprios para consumo com 35 dias de gelo, e os que foram submetidos a recuperacao do estresse por 24 e 48h, foram considerados inaptos para o consumo com 42 e 49 dias, respectivamente. Os valores de N-BVT tambem apresentaram diferencas significantes (p<0,05) entre os tempos amostrais, durante todo o periodo de armazenamento, com resultados semelhantes aos encontrados na analise sensorial. No entanto, os peixes abatidos por asfixia com CO2 apresentaram teores mais elevados de N-BVT quando comparados aos abatidos por hipotermia. A textura mostrou-se significativa (p<0,05) tanto entre os tempos amostrais, como entre os metodos de abate. Os peixes submetidos a despesca e transporte apresentaram textura mais flacida e macia quando comparados aos peixes recuperados do estresse. O abate por hipotermia apresentou melhores valores de textura. Com isso podemos concluir que o estresse de praticas pre-abate afeta negativamente a qualidade do tambaqui, diminuindo seu tempo de vida util, nessas condicoes experimentais.
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