Neurogênese e estrutura dendrítica hipocampais em ratos submetidos à restrição proteica durante a ontogênese encefálica : estudo comportamental e influências do ambiente enriquecido

2015 
O estresse gestacional afeta diversas regioes neurais incluindo hipocampo, amigdala, corpo caloso, neocortex, cerebelo e hipotalamo e frequentemente resulta em reducao no volume dos tecidos que compoem estas estruturas. A formacao hipocampal tem sido alvo de diversos estudos devido a sua importância na plasticidade neural, na neurogenese e na regulacao de processos cognitivos. Dessa forma, este estudo buscou avaliar os efeitos da restricao proteica, durante a gestacao e amamentacao, sobre a estrutura do hipocampo e o comportamento relacionado a memoria e emocoes (ansiedade/medo) bem como sobre a composicao celular desta estrutura cerebral e, a influencia sobre estes parâmetros morfologicos e comportamentais, da exposicao da prole de ratos machos ao ambiente enriquecido. Os achados deste estudo representam o impacto pre e perinatal da desnutricao proteica correspondente a situacao de estresse nutricional, no hipocampo que esta envolvido no comportamento emocional bem como na memoria e no aprendizado. O estudo revelou dissociacao entre a resposta do teste comportamental e alteracoes no numero de neuronios hipocampais, como consequencia da programacao fetal. A ausencia de alteracoes basais no desempenho destes testes, ocorreram a despeito de reducao no numero de neuronios no giro denteado do hipocampo. Varios autores tem sugerido que a atrofia observada no hipocampo pode ser uma resposta compensatoria para proteger o hipocampo de danos adicionais. Nos demonstramos, pela primeira vez, que a exposicao materna a restricao proteica durante o desenvolvimento neural da prole causa importantes mudancas morfologicas no hipocampo podendo tornar estes animais vulneraveis a disturbios neurais na idade adulta. O presente estudo pelo menos sob aspecto morfologico ponderal confirma a teoria do "cerebro egoista", um paradigma recente que postula que, para manter estavel seu proprio fornecimento de energia, o cerebro modula o metabolismo da energia na periferia regulando tanto a alocacao quanto a ingestao de nutrientes. Neste trabalho, a ausencia de alteracoes ponderais encefalicas nao esta associada as intensas modificacoes na composicao citologica, particularmente hipocampal, nos diferentes grupos experimentais. Embora pareca que as alteracoes nutricionais promovam alteracoes irreversiveis ponderais na massa corporal, mas nao no encefalo e algumas de suas estruturas fundamentais, a composicao e estrutura neuronal e sua recuperacao a partir de celulas primordiais, sao profundamente modificadas pela restricao dietetica materna e, surpreendentemente, pela exposicao ao ambiente enriquecido. Assim, podemos afirmar que a teoria do cerebro egoista explica a manutencao da massa encefalica entretanto, a proporcao dos diferentes tipos celulares e profundamente alterada o que pode expandir nosso entendimento sobre a adaptacao ao estresse e a neuro-regeneracao em estados neuro-comportamentais tidos como anormais. Alem disso, devemos ressaltar que, embora tenhamos observado reducao significativa no numero de neuronios apos o periodo de amamentacao, demonstramos pela primeira vez que este parâmetro e revertido pelo estimulo em ambiente enriquecido. Abstract
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