"Projeto é como branco trabalha; as lideranças que se virem para aprender e nos ensinar" : experiências dos povos indígenas do alto rio Negro

2006 
Este trabalho e resultado de dois anos de insercao no Programa de Pos-Graduacao em Antropologia Social da Universidade de Brasilia, no nivel de Mestrado. E uma tentativa de organizar as principais ideias e praticas vividas dentro e fora da academia, consciente dos limites que um trabalho escrito deste genero impoe, por sua finitude, a riqueza experimentada. Analiso as experiencias das liderancas indigenas do alto rio Negro e, em particular, das liderancas baniwas, com projetos de etnodesenvolvimento denominados por eles de projetos de alternativas economicas, que articulam diferentes campos de forcas institucionais e atores sociais como indios, antropologos, missionarios, indigenistas, agencias do governo brasileiro, organizacoes nao-governamentais e agencias multilaterais. Constato que os projetos, malgrado estarem orientados pelas nocoes reformistas de desenvolvimento - desenvolvimento sustentavel e etnodesenvolvimento ?, estao longe de ser, aos olhos dos povos indigenas, o tipo desejado de intervencao, do ponto de vista conceitual e metodologico. Nao obstante, eles representam possibilidades e oportunidades reais de recuperacao de auto-estima e visibilidade etnicas diante do mundo globalizado. Concluo que os projetos sao uma forma de sair do confinamento cultural, economico e politico a que foram submetidos por seculos de devastadora dominacao colonial, ao tempo em que representam tambem um processo de apropriacao ativa e reativa dos instrumentos de poder do mundo globalizado em favor de seus direitos, desejos e projetos etnicos%%%%This dissertation is the outcome of two years of association with the Graduate Program in Social Anthropology of the University of Brasilia, at its Masters course. It is a tentative organization of the main ideas, and pratices lived within and outside academia, conscious of the limits this genre of written finite work impose on a rich experience. I examine the experiences of the upper Negro River indigenous leaders, mainly of the Baniwa people, with ethnodevelopment projects, refered to by them as economic alternatives projects. These initiatives link diverse instituional power fields, and social actors, like indians, anthropologists, missionaries, indigenistas, gorvenment agencies and officials, non-governmental organizations, and multilateral institutions. I show that, though being guided by revised notions of development, like sustainable development, and ethnodevelopment, these projects are far from represeting the desired kind of intervention, from the perspective of the affected indigenous peoples. In spite of this, these projects represent actual possibilities, and opportunities to regain self-esteem, and ethnic visibility in a globalized world. I end up asserting that ethnodevelopment projects are a way of breaking away from the cultural, political, and economic confinement resultant from centuries of devastating cultural domination, alongside representing a process of active and reactive appropriation of the means of power of the globalized world in support of the ethnic…
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